Panorama internacional

Em meio à crescente dissidência interna, Google demite funcionário que se posicionou contra Israel

Durante um discurso em Nova York no começo desta semana do diretor-gerente do Google em Israel, um funcionário da divisão de nuvem da empresa protestou publicamente sobre um projeto, proclamando "eu me recuso a construir tecnologia que potencialize o genocídio".
Sputnik
O evento de segunda-feira (4) contou com um discurso de Barak Regev, diretor-administrativo do Google Israel. Um vídeo do funcionário protestando durante o discurso se tornou viral.
"Não há nuvem para o apartheid", gritou o funcionário. Membros da multidão vaiaram-no enquanto ele era escoltado pela segurança para fora do prédio. Regev então disse à multidão: "Parte do privilégio de trabalhar em uma empresa que representa valores democráticos é dar palco para opiniões diferentes".
Posteriormente, o engenheiro do Google Cloud foi demitido, relata a CNBC News.
O caso marca um novo episódio sombrio para a big tech, que foi empurrada para um número crescente de conflitos políticos e culturais nos últimos anos e tem lutado para reprimir a dissidência dos funcionários, escreve a mídia.
O papel do Google como fornecedor de tecnologia para militares nos Estados Unidos e no exterior tem sido uma fonte de consternação da força de trabalho desde pelo menos 2018, quando os funcionários protestaram contra um contrato do Departamento de Defesa chamado Project Maven.
Depois veio a controvérsia em torno do Projeto Nimbus, um acordo de inteligência artificial e serviços de computação de US$ 1,2 bilhão (R$ 5,98 bilhões) entre Google, Amazon Web Service e o governo e militares israelenses que começou em 2021.
Ciência e sociedade
Funcionários do Google protestam contra contrato militar israelense
Nas últimas semanas, mais de 600 funcionários assinaram uma carta dirigida à liderança pedindo que a empresa abandonasse o patrocínio da conferência anual Mind the Tech, que promove a indústria tecnológica israelense.
Um porta-voz do Google disse que o funcionário foi demitido por "interferir em um evento oficial patrocinado pela empresa" em um e-mail enviado à CNBC na quinta-feira (7).
"Esse comportamento não é correto, independentemente do problema, e o funcionário foi demitido por violar nossas políticas", disse. No entanto, o porta-voz não especificou quais políticas foram violadas.
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