Panorama internacional

Mídia: Israel e Hamas jogam balde de água fria nas esperanças de Biden em um cessar-fogo imediato

Autoridades israelenses e do Hamas minimizaram as expectativas do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre um cessar-fogo imediato no conflito na Faixa de Gaza.
Sputnik
Em entrevista ao canal NBC, Biden afirmou que Israel concordou em dar uma trégua aos ataques em Gaza durante o Ramadã, período sagrado para os mulçumanos, que terá início dentro de duas semanas.

"Acho que se conseguirmos isso, esse cessar-fogo temporário, seremos capazes de avançar em uma direção em que poderemos mudar a dinâmica [do conflito]. Não teremos uma solução de dois Estados imediatamente, mas [haverá] um processo para chegar a uma solução de dois Estados", disse Biden.

Entretanto, autoridades israelenses, em anonimato, disseram, segundo o The Guardian, citando a agência Reuters, que os comentários do presidente norte-americano foram uma surpresa, feitos de forma descoordenada das lideranças de Israel. O posicionamento israelense joga um balde de água fria em Biden.
Além disso, ainda conforme a mídia britânica, Basem Naim, chefe da divisão política do Hamas em Gaza, afirmou que o grupo não havia recebido nenhuma outra proposta de cessar-fogo dos EUA desde as negociações indiretas realizadas em Paris na última semana, que envolveram, além dos EUA, Egito e Catar.
Naim considerou as afirmações do presidente norte-americano "prematuras" e não condizentes quanto à realidade dos acontecimentos.
Panorama internacional
'EUA devem parar hostilidades em Gaza e não usar os vetos no cessar-fogo', dispara Lavrov

Trégua entre as partes aconteceu apenas uma vez em quase cinco meses de conflito

Israel e Hamas concordaram apenas uma vez em cessar-fogo durante quase cinco meses de conflito. A trégua, que vigorou entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro, contou com a mediação de Catar e Egito.
Durante a pausa, Israel libertou prisioneiros palestinos, enquanto o Hamas libertou reféns. O acordo foi interrompido na madrugada de 1º de dezembro, quando militares de Israel afirmaram que o Hamas havia rompido a cessação das hostilidades e aberto fogo em território israelense. Na oportunidade, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o Hamas falhara em respeitar o acordo de liberar a maioria das mulheres reféns, e Israel buscaria esse objetivo por meio militar.
Comentar