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'O Brasil tem uma dívida com o Rio de Janeiro', diz Lula em evento (VÍDEO)

Junto com ministros, autoridades e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da inauguração, na tarde desta sexta-feira (23), do Terminal Gentileza e do BRT Transbrasil. Obras, que chegaram a ficar paralisadas por quatro anos, tiveram investimento de quase R$ 2 bilhões.
Sputnik
Diante de um público que lotou o novo Terminal Gentileza, que começa a operar na capital carioca a partir do sábado (24), Lula cumpriu a segunda agenda no estado do Rio de Janeiro só neste mês, ao lado de ministros como das Cidades, Jader Filho, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, quando discursou por cerca de dez minutos.
Após o prefeito Paes relevar que Lula tem uma paixão pela cidade, o presidente brincou e afirmou que toda cidade a que for "terá que dizer que amo". Na sequência, o petista falou que o país tem uma dívida com a antiga capital brasileira.
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"Mas eu queria dizer para vocês que o Rio tem uma coisa em especial. Eu acho que o Brasil tem uma dívida com o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro foi um Estado que durante um bom tempo foi a capital do Império. Ou seja, desde 1808 o Rio de Janeiro se transformou na capital do Brasil, com a vinda do Dom João VI para cá. Depois que veio o Império, Dom Pedro ficou até 1889. Depois, continuou sendo a capital deste país, até que o Juscelino veio e mudou a capital para o Centro-Oeste, que estava correto", relembrou.

Porém, segundo Lula, todas essas mudanças fizeram a capital carioca perder investimentos e a importância no cenário nacional. "Foi crescendo por conta da pobreza do Rio de Janeiro e por conta da responsabilidade de governantes em outros momentos. O que foi crescendo foi a ocupação desordenada do Rio de Janeiro", disse, ao justificar a necessidade de investimentos federais na cidade.
Ao todo, as obras do BRT, que vão atender à Região Metropolitana e às zonas Norte, Oeste e o Centro do Rio de Janeiro, e o Terminal Gentileza custaram aos cofres públicos quase R$ 2 bilhões, a maior parte de aportes do governo federal. As intervenções, que tiveram os recursos liberados ainda em 2013, chegaram a ficar paradas por quatro anos.

"De 2013 para 2024 são 11 anos. Por isso que foi importante a volta do meu mandato, para que a gente pudesse construir as coisas que o povo necessita, e com certa urgência, porque o povo não pode ficar dependendo de um transporte vagabundo que leva três horas, duas horas e meia para fazer o povo sair de cá e chegar ao trabalho", enfatizou Lula.

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O petista ainda lembrou a amizade de longa data com o prefeito Eduardo Paes, que apoiou Lula durante a última campanha presidencial, e que neste ano acontecem as eleições municipais.

"Tudo o que vocês sabem da minha relação e da amizade com o Eduardo Paes, tudo o que vocês sabem [é] que eu nunca faltei em nenhum momento em que esse estado precisou de recursos […], eu sempre achei que a gente tinha obrigação de ajudar, porque quanto melhor estiver o Rio de Janeiro, melhor estará o Brasil", destacou.

'Sonho que a gente sonhou juntos'

Já o prefeito carioca, que também governava a cidade durante o fim do segundo mandato de Lula, comentou o projeto de revitalização da região do Porto Maravilha, onde fica o novo terminal.
Segundo Paes, o planejamento começou ainda em 2009, em seu primeiro ano à frente da prefeitura.

"Um sonho que a gente sonhou juntos. A gente apresentou este projeto para o senhor. E quem passa por aqui, quem anda por esse boulevard, quem atravessa os túneis que o senhor atravessou hoje, quem vê o Museu do Amanhã, quem vê o Museu de Arte do Rio, quem vê todas as unidades residenciais que estão saindo aí, saibam que se não fosse a crença e a fé deste homem, daquilo que a gente falava sobre o Rio de Janeiro, não teria acontecido", declarou.

Homenagem ao Profeta Gentileza

Com investimentos de mais de R$ 250 milhões e expectativa de atender 150 mil pessoas por dia, o nome e o projeto do terminal fazem referência a José Datrino, o Projeta Gentileza — ele ficou conhecido pelas artes inscritas nas colunas dos viadutos da região portuária do Rio de Janeiro e pela famosa frase "Gentileza gera gentileza".
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O Terminal Gentileza começa a operar no próximo sábado (24), com o objetivo de integrar o BRT Transbrasil, inaugurado com sete anos de atraso, e vai fazer a ligação até a Penha, na Zona Norte carioca, trabalhando com 14 linhas de ônibus municipais, além das linhas 1 e 4 do VLT. A estrutura também vai contar com veículos executivos que vão fazer a ligação com o Aeroporto Internacional do Galeão. Ao todo, são 25 mil metros quadrados em dois níveis.
Só o BRT da Avenida Brasil conta com 26 quilômetros de extensão, 18 estações e dois terminais, entre eles o Gentileza. A expectativa é que o serviço realize o transporte de 250 mil pessoas por dia, de 18 bairros, até 2030. No Rio de Janeiro, já existem outros três corredores do BRT: Transoeste, Transcarioca e Transolímpica.
As vigas da estrutura do Centro Internacional de Transmissão, que funcionou nos Jogos Olímpicos, foram usadas para a construção do Terminal Gentileza, o que levou a uma economia de R$ 22 milhões aos cofres públicos.
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