Panorama internacional

Redução do uso de energia nuclear russa custaria bilhões de euros à UE, diz AIEA

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, declarou nesta segunda-feira (19) que a redução da dependência da indústria nuclear russa custaria bilhões de euros à União Europeia (UE), de acordo com a agência de notícias Reuters.
Sputnik
A matéria cita ainda que ele não vê a possibilidade de uma transição imediata dos recursos russos, e que a UE se absteve de impor sanções à empresa nuclear estatal russa Rosatom ou a qualquer uma de suas subsidiárias devido a sua alta dependência em relação à estatal, que fornece quase 50% do urânio enriquecido do mundo.

"Muitas empresas no Ocidente dependem de suprimentos russos, urânio enriquecido ou combustível. O consenso é que impor sanções à Rosatom não seria realista e é impraticável. Isso pararia a indústria nuclear em muitos países", declarou Grossi à agência de notícias.

O executivo da AIEA disse ainda que a Rússia não reduziu, mas sim aumentou a sua presença no mercado global de enriquecimento de urânio.
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"Francamente, vejo um aumento na presença da capacidade russa de enriquecimento de urânio no mundo, e não uma diminuição", disse Grossi à Reuters.
A Rosatom enfatizou anteriormente que sempre cumpriu as suas obrigações contratuais de exportar urânio na íntegra e dentro do prazo e continuará a fazê-lo no futuro. "A energia nuclear deve ser protegida da turbulência geopolítica e das restrições protecionistas", indicou a empresa estatal em nota.
Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou em algumas ocasiões que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente e que as sanções desferiram um duro golpe em toda a economia global.
Ainda segundo a reportagem, Grossi tem encontro em março com Putin, em Moscou, para discutir o Irã e o Oriente Médio.
A Rússia é signatária do acordo, de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ao lado de EUA, China, França, Reino Unido e Alemanha. O acordo levantou sanções ao Irã em troca de restrições às suas atividades nucleares.
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