Panorama internacional

Chanceler russo defende o direito de Lula de expressar a própria opinião

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira (19) que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, tem o direito de expressar suas próprias opiniões a respeito do tema, assim como qualquer outro chefe de Estado.
Sputnik

"Não responderei por outros países. Respeitamos opiniões expostas por qualquer líder de qualquer país e acreditamos que todos têm direito a reagir de forma própria. Nós não reagimos a essa declaração do presidente Lula, mas observamos que milhares de inocentes continuam a sofrer", disse Lavrov durante o encontro com o ministro das Relações Exteriores de Cuba.

Lavrov está em Cuba, onde começa uma agenda de viagens latino-americanas até quarta-feira (22). O ministro russo também visitará a Venezuela e o Brasil, onde participará de uma reunião dos chefes de Estado dos ministérios das Relações Exteriores dos países do G20.
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No domingo (18), o chefe de Estado brasileiro afirmou, durante uma coletiva na Etiópia, que os ataques de Israel configuram genocídio e o comparou às atrocidades cometidas por Adolf Hitler contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que com tais declarações, Lula cruzou uma linha vermelha.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, classificou Lula como "persona non grata" devido ao comentário do presidente, e afirmou que o status será mantido até que Lula peça desculpas pela fala. Em seguida, Lula convocou o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, de volta para consultas.
O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, classificou a decisão de Katz como absurda.
Segundo o Ministério da Saúde palestino, o número de mortos nos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza atingiu 28.473, com mais de 68,1 mil feridos. No lado israelense, cerca de 1,2 mil pessoas morreram, a maioria nos ataques do Hamas do dia 7 de outubro, e mais de 5 mil ficaram feridas.
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