Panorama internacional

Influência dos EUA na África está enfraquecendo, diz ex-oficial da CIA

Os Estados Unidos abandonaram planos de realizar exercícios militares em conjunto com vários países africanos, como Sudão, Mali, Níger, Etiópia, Eritreia e Burkina Faso. Segundo o oficial de inteligência aposentado Larry Johnson, este é um sinal de que "a influência dos EUA em áreas como a África está enfraquecendo".
Sputnik
De acordo com o Washington Post, a mudança de planos do Pentágono foi, "pelo menos em parte", resultado da pressão dos Democratas dos EUA sobre a administração Biden para proibir "tropas associadas a governos golpistas" de participarem em exercícios militares liderados pelos EUA.
O jornal acrescenta que, na ausência de envolvimento com os militares americanos, os países em questão poderiam recorrer a adversários dos Estados Unidos para "preencher o vácuo".
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Exercícios como estes são normalmente planejados com muitos meses de antecedência, pelo que a decisão de abandonar estes planos significa que "há um problema com os governos que deveriam participar", disse Larry Johnson, que atualmente é funcionário do Departamento de Estado.

"Em qualquer caso, penso que o que isso significa é que a influência dos EUA sobre outros países, a sua capacidade de basicamente dizer aos países o que fazer e obrigar os países a seguirem a política dos EUA, está diminuindo, que a influência dos EUA em áreas como a África está enfraquecendo", analisou Johnson.

O analista também sugeriu que a decisão do Níger, Mali e Burkina Faso de se retirarem da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pode estar relacionada com esse desenvolvimento, considerando que a CEDEAO é vista principalmente como uma entidade "sob influência ocidental".
Segundo ele, o fato de esses países terem optado por se separar da CEDEAO e prosseguir com "acordos bilaterais entre si" parece ser um sinal de que estão "se distanciando do controle de Washington".
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