Panorama internacional

UE quer seguir o exemplo dos EUA e estabelecer sua própria operação naval no mar Vermelho, diz mídia

Enquanto Israel continua a sua operação contra o Hamas em Gaza, resultando em um número impressionante de vítimas civis, o conflito se estendeu a navios com destino a Israel no mar Vermelho pelo movimento houthi Ansar Allah do Iêmen. Em retaliação, os EUA e o Reino Unido têm lançado ataques com mísseis contra a infraestrutura militar houthi.
Sputnik
A União Europeia (UE) está supostamente pronta para seguir o exemplo dos EUA e estabelecer a sua própria operação naval para defender os navios comerciais no mar Vermelho dos ataques houthis.
O Comitê Político e de Segurança da UE deu a sua aprovação inicial aos planos que poderiam levar o bloco a enviar pelo menos três destróieres ou fragatas com capacidades multimissões para o mar Vermelho, informou a Bloomberg, citando fontes.

A operação da UE estaria supostamente atuando "em uma área de operação mais ampla, do mar Vermelho ao golfo", em linha com uma proposta elaborada pelo Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) — o serviço diplomático da UE. Tal operação seria autorizada a trocar "informações marítimas secretas" com a Operação Guardiões da Prosperidade liderada pelos EUA.

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A nova missão naval da UE pode se basear na AGENOR, uma missão europeia liderada pela França no golfo Pérsico que é a componente militar da Iniciativa Europeia de Vigilância Marítima no estreito de Ormuz (EMASoH, na sigla em inglês).
Embora nenhum detalhe tenha sido ainda definido, os planos iniciais vão poder ser assinados em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco em Bruxelas, no dia 22 de janeiro, conforme divulgado pela mídia. Como a UE pretende supostamente acelerar o processo, após a aprovação, a operação naval poderá ser lançada no final de fevereiro.
"O consenso é que temos de agir de forma rápida e pragmática", disse um diplomata da UE aos meios de comunicação social. Ainda não houve qualquer comentário sobre o relatório do Serviço Europeu para a Ação Externa.
A missão vai ser montada enquanto os EUA e o Reino Unido realizam ataques aéreos contra alvos houthis no norte do Iêmen. A Rússia denunciou o ataque dos EUA ao território iemenita, com a representante do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, a classificá-los como um sinal de "desrespeito flagrante à luz do direito internacional em nome da escalada da situação na região para os seus próprios fins destrutivos".
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Em novembro, os houthis anunciaram a sua intenção de atacar qualquer navio associado a Israel até que Tel Aviv terminasse as suas ações militares na Faixa de Gaza. Em dezembro, o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, anunciou o estabelecimento de uma operação multinacional aparentemente concebida para proteger o mar Vermelho. Os houthis prometeram atacar os navios que se juntassem à coalizão marítima liderada pelos EUA.
Na semana passada, os EUA e o Reino Unido realizaram ataques aéreos contra alvos houthis no norte do Iêmen, incluindo a capital Sanaa e as cidades de Hodeidah, Taiz e Saada, alegando que os ataques procuravam dissuadir incursões a navios que atravessavam o mar Vermelho.
Um membro do alto conselho político dos houthis, Mohammed Ali al-Houthi, descreveu os ataques ocidentais como "terrorismo bárbaro" e "agressão deliberada e injustificada". Os houthis não perderam tempo em mostrar que os ataques dos EUA não os deteriam, tendo como alvo um navio porta-contêineres de propriedade dos EUA, o Gibraltar Eagle, com um míssil balístico ao largo da costa do Iêmen, no golfo de Áden, na segunda-feira (15). Eles também tentaram um ataque de precisão contra o destróier de mísseis USS Laboon um dia antes.
Os houthis listaram todos os navios de guerra dos EUA e do Reino Unido que participam na campanha contra eles como "alvos hostis".
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