Segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China (GAC, na sigla em inglês) citados pelo jornal Nikkei Asia, o comércio com a Rússia totalizou US$ 218,1 bilhões (cerca de R$ 1,1 trilhão) no período entre janeiro e novembro.
A mídia recorda que, em 2019, os dois parceiros concordaram em aumentar o comércio bilateral para US$ 200 bilhões (R$ 945 bilhões) até 2024, no entanto, a marca foi alcançada agora em 2023.
"As exportações de veículos aumentaram, junto a de telemóveis e outros bens eletrônicos e elétricos", disse Takamoto Suzuki, chefe de pesquisa econômica da trading japonesa Marubeni na China ouvida pela mídia.
Turistas inspecionam Matryoshkas do presidente chinês Xi Jinping e de seu homólogo russo Vladimir Putin na turística rua Arbat, no centro de Moscou, em 15 de novembro de 2023
© AFP 2023 / Alksander Nemenov
No entanto, o crescimento das importações provenientes da Rússia foi impulsionado por recursos naturais como o petróleo e o carvão. A liquidação com o yuan também ganhou maior utilização no comércio bilateral.
"Aparentemente, tornou-se comum liquidar pagamentos com o yuan sempre que a China importa petróleo bruto e gás natural da Rússia", disse Suzuki. A Rússia pode estar utilizando a moeda chinesa obtida no comércio bilateral para pagar automóveis e outros produtos provenientes da China, acrescentou Takamoto.
As exportações globais da China aumentaram 0,5% em novembro em relação ao ano anterior, mostram os dados alfandegários, o primeiro crescimento em sete meses. Já as receitas líquidas do petróleo russo alcançaram US$ 11,3 bilhões (R$ 55,4 bilhões), mostrando que Moscou superou as expectativas dos países ocidentais com a aplicação de sanções.