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Brasil está redescobrindo América Latina e comércio intrabloco deve crescer, diz Alckmin no Mercosul

Na Cúpula do Mercosul, que acontece no Rio de Janeiro nesta quarta (6) e quinta-feira (7), o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, destacou a importância dos países do bloco voltarem a atenção uns para os outros e aumentarem sua integração.
Sputnik
"O mundo está globalizado, mas o comércio continua a ser principalmente regional", afirmou o político no evento que ocorreu pela primeira vez em sete anos.
De acordo com Alckmin, as trocas entre os países do Mercosul representam apenas 10% das transações dos integrantes, enquanto na União Europeia (UE) a densidade do comércio intrabloco é de 60%. "Haverá resultados concretos nesta Cúpula."
No Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês, também conhecido como o antigo NAFTA) é de 50%, e na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), de países do Sudestes Asiático, é de 25%. "O comércio intrabloco tem crescido, mas precisamos mudar esse quadro", disse.
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Segundo o vice-presidente, por muito tempo os países do Mercosul foram "vizinhos invizinhos", nas palavras de João Cabral de Melo Neto, citadas por Alckmin. Nesse contexto, foi destacada pelo político a entrada da Bolívia no Mercosul, que permitirá "mais comércio, mais investimento e mais desenvolvimento conjunto".

"Aprendemos a 'redescobrir' a América Latina, a América do Sul, como nossa 'circunstância', não só geográfica, mas também comercial, cultural, sentimental."

Entre as maneiras citadas por Alckmin para aumentar essa integração está a melhoria da infraestrutura entre os países do bloco, como rodovias, hidrovias, ferrovias, portos e aeroportos. "Tão importante quanto baixar tarifas e harmonizar padrões e sistemas é prover os meios físicos para garantir as trocas comerciais. É a integração real, base para o restante", disse o vice-presidente.
O político também deu grande destaque ao acordo de livre comércio firmado pelo Mercosul com Cingapura. O tratado é o primeiro do bloco com um país asiático e, para Alckmin, é uma porta de entrada do bloco para maior integração com a ASEAN e a Ásia, diversificando exportações e investimentos.

"Teremos a assinatura do Acordo de Livre Comércio com Cingapura, que envolve não apenas mercadorias, mas favorece investimentos, fluxos de tecnologia, serviços, movimento de pessoas e segurança jurídica."

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