Panorama internacional

Mídia: modernização das forças alemãs estagna por quase 2 anos, após anúncio de 'mudança de era'

O Parlamento da Alemanha anunciou há um ano e meio um grande conjunto de investimentos militares. No entanto, a mídia norte-americana nota uma falta de impacto até agora.
Sputnik
A modernização das Forças Armadas da Alemanha, anunciada no ano passado por Berlim, continua paralisada, enquanto seus militares sofrem com a escassez de infraestrutura, munição e equipamentos básicos, escreveu na quarta-feira (29) o jornal norte-americano The New York Times.
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De acordo com especialistas e oficiais do Exército citados, a "mudança de era" prometida pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, "é pouco visível para os soldados comuns".

"Muito dinheiro ainda não se materializou ou está sendo investido em armas que não estarão nas mãos dos soldados por anos, devido a atrasos nas compras e à necessidade de acelerar linhas de produção há muito adormecidas", diz o NYT em artigo, acrescentando que as mudanças estão ocorrendo tão lentamente que alguns se perguntam se elas realmente acontecerão.

Nesse contexto, o jornal descreve a situação lamentável de uma escola de artilharia no estado ocidental da Renânia-Palatinado, que, de acordo com o plano atual, será reformada até 2042. A unidade ainda está esperando a reposição de 14 obuseiros que foram enviados à Ucrânia e reclama da falta de munição. Além disso, 85% dos prédios da escola precisam de revitalização, com canos quebrados, telhados com vazamentos e banheiros em condições tão ruins que estão permanentemente fechados.

Anúncio da 'mudança de era'

Pouco após o início da operação militar especial da Rússia, Scholz prometeu uma ambiciosa modernização do Exército da Alemanha. Em junho de 2022, o Parlamento da Alemanha aprovou a criação de um fundo especial de defesa de € 100 bilhões (R$ 512 bilhões), com investimentos em armas e equipamentos modernos nos próximos anos. O fundo também deveria permitir que Berlim cumprisse a meta da OTAN de gastar 2% do seu PIB em defesa a cada ano.
Christine Lambrecht, então ministra da Defesa alemã, havia declarado que "a administração da escassez acabou" e que o dinheiro chegaria às tropas rapidamente e seria usado "de forma adequada, eficiente e eficaz".
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