Panorama internacional

Israel diz que acabou com estrutura militar organizada do Hamas no norte de Gaza

Após pouco mais de cinco semanas de confrontos, as Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram nesta segunda-feira (13) que destruíram a estrutura militar organizada do Hamas ao norte da Faixa de Gaza. A região é a mais atingida nos territórios pelos bombardeios, que sequer pouparam escolas, abrigos da ONU, campos de refugiados e até hospitais.
Sputnik
Segundo Israel, são realizadas operações de combate terrestre na localidade, onde mais de 1,6 milhão de palestinos deixaram suas casas por conta do conflito.

"As forças terrestres das FDI estão lutando nas áreas onde estão localizados vários batalhões da organização terrorista. A capacidade de combate foi seriamente desestruturada, e de fato as estruturas militares do Hamas na parte norte da Faixa de Gaza deixaram de funcionar de forma organizada", de acordo com o comunicado.

A guerra já deixou mais de 11 mil palestinos mortos só na Faixa de Gaza, segundo autoridades locais. Sob a justificativa de que as estruturas eram usadas para coordenar ataques e, também, como esconderijo, Israel bombardeou vários hospitais nas cidades do norte, o que levou todas as unidades a deixarem de funcionar nesta segunda. Enquanto isso, só o hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, tem cerca de sete mil pessoas refugiadas na unidade, além de 1,5 mil pacientes e a equipe médica que atua em situação de total colapso.
No domingo (12), um representante do Hamas disse que cinco bebês prematuros e outros sete pacientes em estado crítico morreram no Al-Shifa por falta de eletricidade. O vice-ministro da Saúde da Palestina, Youssef Abou Rich, expressou preocupação com o caso e disse que o número de vítimas poderia aumentar. Desde o fim de semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que perdeu contato com funcionários da unidade.

Chefe da área de mísseis é morto

Também nesta segunda, o governo israelense confirmou que o chefe da área de mísseis antitanque do Hamas foi morto pelas Forças Armadas durante um ataque. O lançamento de foguetes contra Israel no dia 7 de outubro pelo movimento, que conseguiu driblar o sistema de defesa, além da incursão terrestre de militantes do grupo que provocou cerca de 1,4 mil mortes e o sequestro de pelo menos 240 pessoas, foram responsáveis por Israel declarar guerra.
"Além disso, Mohammed Khamis Dababash, um agente sênior do Hamas, foi morto. No passado, ele foi chefe da inteligência militar do Hamas", acrescentaram as FDI. Vários outros integrantes da ala militar do movimento também foram mortos: "Tahsin Muslem, comandante da companhia de assistência ao combate, responsável pelas forças especiais em Beit Lahia; Jihad A'azem, oficial de investigações de inteligência do Hamas em Zaytun; e Munir Hareb, chefe de Assuntos Públicos na brigada de Rafah."
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Bairros inteiros destruídos

A Organização das Nações Unidas (ONU) já alertou por diversas vezes a ofensiva militar sobre questões humanitárias ligadas à população civil de Gaza, que é de quase 2,3 milhões de habitantes. Para a entidade, a destruição de bairros inteiros "não é uma resposta para os crimes atrozes cometidos pelo Hamas". Em um artigo de opinião, o chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, disse que a ofensiva israelense cria "uma nova geração de palestinos injustiçados que provavelmente continuarão o ciclo de violência".
Em resposta aos ataques do Hamas contra Israel, Tel Aviv mobilizou mais de 300 mil reservistas, além de iniciar ataques aéreos contra o território palestino. Em 28 de outubro, Netanyahu anunciou que as tropas entraram por terra em Gaza e avançaram para a segunda fase da guerra. O objetivo é destruir a infraestrutura do Hamas e localizar os mais de 240 reféns.
Muitos países já apelaram a Israel e ao Hamas para que cessassem as hostilidades e negociassem um cessar-fogo, além de uma solução de dois Estados como a única forma possível de alcançar uma paz duradoura na região.
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