Panorama internacional

Especialista explica o porquê de a Indonésia não aderir ao BRICS

Convidada a se juntar ao BRICS, a Indonésia era uma das nações candidatas mais fortes a se unir ao bloco de países do Sul Global. No entanto, contrariando as expectativas, ela decidiu recusar o convite. A partir de 1º de janeiro de 2024, a Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã se juntarão ao bloco.
Sputnik
Conforme disse à Sputnik o especialista em Sudeste Asiático do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Nikita Kuklin, há motivos claros pela recusa, mas isso não quer dizer que o país tenha abandonado de vez a questão.
"A visita pessoal do presidente indonésio Joko Widodo ao encontro do BRICS mostrou o grande interesse da Indonésia em interagir com o bloco e com os países que compõem esta organização", analisou Kuklin.
Um dos motivos seria o histórico de relações externas peculiar do país, que preza por uma neutralidade ativa. O país foi um dos principais líderes no estabelecimento do Movimento Não Alinhado durante a Guerra Fria.
Isto, aliado a proximidade das eleições gerais em fevereiro de 2024, não dariam tempo para a sociedade civil e o governo discutirem o tema com o rigor apropriado.
"As próximas eleições presidenciais são um fator muito importante; nas vésperas das eleições, as principais decisões políticas não podem ser tomadas objetivamente", observou.

"O novo presidente e o rumo da sua política externa dependerão de como o BRICS será percebido no discurso interno da Indonésia", ressaltou o analista.

A entrada da Indonésia no BRICS, afirmou Kuklin, traz em si algumas vantagens. O bloco é visto "como uma grande organização na qual a Indonésia pode se expressar em vários fóruns e plataformas, onde pode transmitir a sua posição na ordem mundial e criar oportunidades de cooperação", afirmou o especialista.
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