Panorama internacional

Mídia: Israel conta com apoio de empresas de spyware banidas nos EUA para resgatar reféns em Gaza

Empresas de inteligência cibernética sancionadas pelos EUA aceitam cooperar com seus programas de hacking mais famosos do mundo no resgate de reféns em Gaza.
Sputnik
Uma matéria da mídia norte-americana Bloomberg informa que os serviços de inteligência cibernética das empresas israelenses NSO e Candiru estão sendo solicitados para atender às necessidades de segurança de Israel.
Quatro fontes da indústria cibernética e um funcionário do governo disseram que as duas empresas que estão na lista negra do governo dos EUA, e ainda outras da área, foram solicitadas para colaborar usando suas capacidades de spyware. Algumas até decidiram compartilhar seu trabalho de forma gratuita.
A empresa Candiru anunciou em um comunicado de ontem (26) que está pronta para dar apoio aos esforços de guerra da maneira que for necessária. Fundada em 2014, a empresa tem como especialidade hackear o Microsoft Windows para agências de inteligência dos países.
No momento atual, mais de 200 pessoas estão sendo mantidas reféns na Faixa de Gaza. O governo israelense vem tentando negociar um resgate com outros países, "que ofereceram inteligência e experiência de como extrair pessoas, caso os esforços diplomáticos através do Catar e Egito fracassem", conta a publicação.
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A NSO e a Candiru foram sancionadas pelos EUA por serem acusadas de colaborar com regimes totalitários na perseguição de jornalistas e dissidentes. Entretanto, Israel não cortou seus laços com as empresas publicamente, mas chegou a demitir alguns dos seus funcionários por conta disso.
O software Pegasus, de forma geral, é um programa de hacking que rastreia as atividades de um indivíduo que tenham seu aparelho celular "infectado" por esse tipo de vírus. Ele está entre os spywares (programas destinados a se infiltrar e coletar informações em deixar rastros) mais poderosos já criados. A responsável pelo seu desenvolvimento e comercialização é a NSO Group Technologies.
Em 2021, esse software foi utilizado em mais de 60 países contra a oposição aos seus governos e, portanto, acabou entrando para a lista negra dos EUA. Tanto a NSO como a Candiru foram proibidas de receber contratos de exportação de empresas do país.
Especialistas israelenses defendem que no momento atual é necessário que o governo enxergue a ofensiva cibernética com outros olhos, alocando o devido orçamento na área.
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