Panorama internacional

Hamas e Jihad Islâmica afirmam ter realizado ataques contra Tel Aviv

As alas militares dos movimentos Hamas e Jihad Islâmica confirmaram nesta quarta-feira (25) que bombardearam Tel Aviv, maior cidade de Israel, em resposta aos ataques contra civis na Faixa de Gaza. O número de mortos no conflito já ultrapassa 8 mil, sendo a maioria palestinos.
Sputnik

"As Brigadas Al-Qassam [o braço militar do Hamas] retomaram os bombardeios a Tel Aviv, em resposta ao massacre de civis pelos sionistas [Israel]", disse o braço militar do Hamas em comunicado.

Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas nas cidades israelenses de Rishon LeZion e Petah Tikva por conta dos ataques, informou o Times of Israel. Não há confirmação de mortos, e Israel ainda não se manifestou oficialmente sobre o ataque.
O conflito já dura quase 20 dias e deixa os quase 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza em uma crise humanitária sem precedentes. Diante dos mais de 18 mil feridos, os hospitais do território estão à beira de um colapso total.
Além dos bombardeios diários que destroem a região, Gaza sofre bloqueios de Israel por terra, ar e água, o que dificulta a chegada da ajuda internacional. Os comboios com alimentos, água e medicamentos só conseguiram entrar no território no último sábado (21), pela fronteira com o Egito.
Mundioka
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Cruz Vermelha diz que situação é preocupante

A porta-voz da Cruz Vermelha no Oriente Médio, Imene Trabelsi, afirmou à Sputnik nesta quarta que "a população da Faixa de Gaza não tem acesso às necessidades mínimas de comida, água e segurança. Infelizmente, pelo 18º ano consecutivo, o povo precisa do básico, mas agora a situação humanitária é catastrófica".
Além disso, a representante da organização lembra que é necessário que todas as partes trabalhem para que o número suficiente de alimentos, remédios e água atravessem a fronteira.

"Apenas ajuda humanitária não é suficiente, porque os trabalhadores precisam de condições adequadas para receber, transportar e distribuir as doações dentro da Faixa de Gaza, o que requer um cessar-fogo e ações militares temporárias para que a população possa respirar e os serviços humanitários possam cumprir sua missão de prestação de ajuda", defendeu.

Quase 20 dias de conflito

Na manhã de 7 de outubro, Israel sofreu um ataque com foguetes em escala sem precedentes a partir da Faixa de Gaza, anunciada pelo braço militar do movimento palestino Hamas. Depois disso, os combatentes do grupo entraram nas zonas fronteiriças no sul de Israel.
O país entrou em estado de guerra, e ataques aéreos foram iniciados. Em poucos dias, os militares assumiram o controle de todas as áreas povoadas perto da fronteira com Gaza e realizam bombardeios contra alvos, incluindo civis. Há expectativa de uma nova fase da guerra por terra, o que levaria à morte pelo menos 15 mil pessoas, estima a Autoridade Palestina.
Cerca de 220 pessoas seguem mantidas reféns pelo Hamas desde o ataque do dia 7 de outubro, e a porta-voz da Cruz Vermelha alegou que a entidade trabalha pela liberação, principalmente das mais debilitadas.
"Estamos em contato com todas as partes interessadas, incluindo o Hamas. Lembro também que nosso objetivo desde o início era visitar todos os reféns, tentar abrir a porta para que eles se comuniquem com suas famílias. Estamos prontos para participar de todas as futuras operações de libertação", finalizou.
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