Panorama internacional

UE diz que 'falta de clareza e compromisso dos EUA' sobre tarifas em comércio de aço afundou acordo

Recusa norte-americana em esclarecer quando medidas comerciais punitivas contra a União Europeia serão removidas é uma das principais razões pelas quais Washington e o bloco europeu não conseguiram fechar acordo comercial nesta semana.
Sputnik
O vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que os Estados Unidos concordaram anteriormente em trabalhar para remover as chamadas tarifas da Seção 232, que atingiram mais de US$ 6 bilhões (R$ 30,2 bilhões) em exportações de aço e alumínio da UE em 2018, bem como cotas tarifárias que foram introduzidas mais tarde como parte de uma trégua temporária.

"O principal obstáculo foi a falta de clareza por parte dos EUA sobre um cronograma claro e como as 232 cotas tarifárias seriam removidas. Infelizmente, não temos visto um forte compromisso e envolvimento por parte dos EUA para garantir que essas tarifas sejam removidas", disse Dombrovskis em entrevista ontem (20) após uma cúpula na capital norte-americana, relata a Bloomberg.

O presidente dos EUA, Joe Biden, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pretendiam anunciar um entendimento sobre o chamado Acordo Global sobre Aço e Alumínio Sustentáveis (GSA, na sigla em inglês), na cúpula.
Se não for alcançado um acordo até ao final do ano, as tarifas poderão gerar um retorno sobre bilhões de dólares de exportações entre a UE e os EUA.
As negociações do GSA visam resolver uma disputa que começou quando o então presidente Donald Trump impôs tarifas sobre as importações de metais da Europa, citando riscos para a segurança nacional, aos quais o bloco europeu respondeu com medidas retaliatórias.
Panorama internacional
EUA e UE planejam impor novos impostos sobre alumínio e aço para conter China, segundo Bloomberg
As autoridades não conseguiram superar as diferenças sobre se os EUA forneceriam um caminho claro para remover as tarifas e as quotas tarifárias.
A UE tem pressionado para arquivar as medidas, enquanto Washington quer manter a opção de utilizá-las no futuro para garantir que o bloco implemente adequadamente qualquer acordo, escreve a mídia.
O bloco europeu está aberto para lançar investigações nos próximos meses, as quais poderão levar a novas tarifas destinadas às práticas não mercantis de economias como a China, enquanto os EUA poderão introduzir taxas adicionais próprias, informou a agência.
Comentar