Panorama internacional

Níger acusa França de tramar assassinatos de membros do governo do país

Primeiro-ministro do Níger diz que a França está utilizando as suas ferramentas para desestabilizar a situação no país.
Sputnik
A França está tramando assassinar políticos do alto escalão do governo do Níger, afirmou o primeiro-ministro do Níger, Ali Mahamane Lamine Zeine, nomeado pelos militares que tomaram o poder no país.
"A França, juntamente com os nossos outros inimigos, tem um plano para assassinar ministros proeminentes e representantes da administração do país", disse Zeine ao canal de televisão Al Jazeera.
Ele acrescentou que Paris está utilizando as suas ferramentas para desestabilizar a situação no Níger.
O ministro do Interior nigerino, Mohamed Toumba, por sua vez, confirmou ao mesmo canal que o governo aprovou o prazo para a retirada das tropas francesas do Níger fixado pelo presidente francês, Emmanuel Macron: antes do final do ano.
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Em 26 de julho, o presidente Mohamed Bazoum foi deposto por uma junta militar, acusado de ineptidão e contínua deterioração da segurança no Níger. Dois dias depois, o general Abdourahamane Tchiani assumiu a presidência interina do país.
No final de agosto, o presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, apresentou a sua proposta para uma solução pacífica no Níger, que estabelece um período de transição de seis meses.
Após o golpe militar, as novas autoridades do Níger exigiram a retirada das tropas francesas e a saída do embaixador francês no país. Paris se recusou a aceitar as exigências, afirmando que apenas reconhecia o governo legítimo, mas acabou por ceder.
O Níger é uma ex-colônia francesa e foi um dos últimos aliados ocidentais no Sahel. O país tem ricas reservas de urânio que são cruciais para a França. Segundo a imprensa francesa, a nação africana é responsável por 15% a 17% do urânio utilizado nas usinas nucleares francesas para gerar eletricidade no país. Atualmente há cerca de 1,5 mil soldados franceses baseados no Níger e no Chade.
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