Panorama internacional

Mídia: chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA sai em meio a abordagens divergentes em Washington

Decisão chega em um momento em que a paciência do Ocidente com a Ucrânia está diminuindo, e com diferença no pensamento entre o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa americanos.
Sputnik
Os departamentos de Defesa e de Estado dos EUA diferem em suas abordagens sobre a ajuda à Ucrânia, escreve na quarta-feira (27) o jornal norte-americano Politico, citando uma autoridade sênior da administração de Joe Biden.
O jornal detalha que, embora Washington tenha inicialmente sido relutante em enviar sistemas de armas avançados, ele acabou aprovando, incluindo com a ajuda de aliados, a entrega de lançadores múltiplos de foguetes Himars, sistemas de defesa antiaérea Patriot, tanques M1 Abrams, caças F-16, munições de fragmentação e projéteis de urânio empobrecido, e também mísseis ATACMS com um alcance de aproximadamente 300 quilômetros.
De acordo com o jornal, as autoridades dos EUA reconhecem que o Pentágono adere à "abordagem deliberada e baseada em processos" ao avaliar as necessidades do campo de batalha ucraniano. No entanto, Lloyd Austin, secretário de Defesa, e Mark Milley, presidente cessante do Estado-Maior Conjunto, reiteraram que sua prioridade é garantir que Kiev tenha o armamento necessário à sua disposição.
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"Uma coisa que estava e continua em minha mente todos os dias é a gestão da escalada", disse Milley, segundo o Politico.
"O fato é que a Rússia tem armas nucleares, ponto final, e eles têm a capacidade de destruir a humanidade. Não se deve brincar com isso."
Segundo a fonte do Político, "o [Departamento de] Estado procura oportunidades, o Departamento de Defesa procura ameaças".
"As pessoas do Departamento de Defesa diriam que precisam pensar nos prós e contras de cada decisão de armamento, e essa responsabilidade recai sobre eles", resumiu a fonte do Politico.
A saída de Milley, que acontecerá nesta sexta-feira (29), acontece em um momento em que "o Ocidente mostra sinais de estar ficando sem armas e sem paciência com a Ucrânia", destaca a mídia norte-americana.
A Casa Branca comprometeu-se a fornecer a Kiev armamentos no valor total de US$ 43,9 bilhões (R$ 221,08 bilhões) desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, informou na última quinta-feira (21) um boletim informativo do Pentágono.
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