Panorama internacional

EUA admitem incapacidade de excluir a China de cadeias de fornecimento de minerais críticos

Washington não vai ser capaz de retirar a China da cadeia de abastecimento de minerais críticos, disse o subsecretário dos EUA para o Crescimento Econômico e Ambiente, José Fernandez.
Sputnik
Anteriormente Pequim proibiu as exportações dos seus metais de terras raras para os EUA, incluindo gálio e germânio, que são usados na fabricação de chips de computador e baterias solares, entre outros equipamentos.
"A questão não é a China. Estamos perfeitamente satisfeitos em trabalhar com eles nisso e neste momento compramos muitos dos minerais de empresas chinesas. É uma questão de diversificar [parcerias]", ressaltou.
De acordo com Fernandez, o importante papel da China no processamento de minerais brutos significa que Pequim vai continuar sendo um parceiro fundamental dos EUA, até porque esses minerais são componentes cruciais para as baterias que alimentam os veículos elétricos. A utilização mais ampla desses veículos faz parte da estratégia da administração Biden para enfrentar as alterações climáticas.
"O mundo precisa que eles estejam envolvidos — o quadro mais amplo são as alterações climáticas, e não vamos resolver a crise climática sem o envolvimento da República Popular da China, sublinhou o subsecretário dos EUA.
Ele lembrou que a China continua sendo a segunda maior economia do mundo, chamando a RPC de "um importante parceiro comercial dos EUA". Fernandez prometeu que os EUA continuariam a trabalhar com a China "ao mesmo tempo que defendem os nossos interesses e protegem as nossas empresas e as criticam quando sentimos que devem ser criticadas".
No início deste ano, Pequim proibiu a exportação de metais de terras raras, como o gálio e o germânio, que são utilizados na fabricação de microchips avançados e baterias solares. A medida surgiu em resposta aos esforços de Washington para excluir Pequim da corrida econômica da alta tecnologia.
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O Ministério das Relações Exteriores chinês manifestou preocupação durante a visita de quatro dias da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, ao país neste verão (Hemisfério Norte), devido às restrições comerciais de Washington aos controles de exportação e à pressão exercida sobre a China, que afetou o mercado do país e "minou a base da opinião pública nas relações bilaterais".
A visita de Yellen ocorreu em um contexto de crescentes contradições econômicas e financeiras entre Pequim e Washington. Os principais fatores de irritação são as crescentes restrições às exportações de bens e serviços dos EUA, a persistência dos direitos de importação sobre produtos chineses, as ameaças de Washington contra Pequim devido à cooperação da China com Moscou, o crescimento do comércio mundial na moeda yuan e a diminuição da influência do dólar americano em todo o mundo.
A Estratégia Nacional de Inteligência dos EUA para 2023, entretanto, vê a China como "o único adversário dos EUA com intenção de mudar a ordem internacional e que tem, cada vez mais, o poder econômico, diplomático, militar e tecnológico para o fazer".
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