Panorama internacional

Na ONU, Alberto Fernández critica FMI e pede fim do bloqueio a Cuba e Venezuela

Em seu último discurso na Assembleia Geral, presidente argentino disse que seu país se opõe ao uso de medidas coercitivas e pediu reforma no sistema financeiro internacional.
Sputnik
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, criticou fortemente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o bloqueio a Cuba e Venezuela em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (19).
Fernández destacou que a Argentina "se opõe firmemente ao uso de medidas coercitivas e à adoção de práticas comerciais discriminatórias".

"A perpetuação do bloqueio contra Cuba é inadmissível. Ano após ano, a Assembleia Geral exige, por uma esmagadora maioria, a necessidade de acabar com esse bloqueio. Da mesma forma, solicitamos mais uma vez a exclusão de Cuba da lista de países que supostamente patrocinam o terrorismo internacional", disse o presidente argentino.

Abordando a questão da Venezuela, Fernández culpou as sanções aplicadas pelos EUA contra o país por prejudicar a condição de vida da população venezuelana, resultando na migração em massa.
Em seguida, ele criticou o sistema financeiro internacional, chamando a atenção para a necessidade de uma reforma e afirmando que o modelo atual "apenas procura impor as mesmas políticas ortodoxas que aprofundaram a desigualdade e a miséria no mundo".
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"Os problemas do mundo exigem soluções, não podemos continuar a falar de problemas enquanto andamos em um precipício", disse o presidente argentino.

Fernández questionou o Fundo Monetário Internacional (FMI), e outras organizações credoras, pelo tratamento que países como o seu recebem quando renegociam as suas dívidas. Ele afirmou ser vergonhoso que o FMI aplique "sobretaxas a muitos países que já consideram insuportável carregar o peso da dívida externa".
"Eles financiam a Ucrânia em plena guerra e ao mesmo tempo aplicam sobretaxas aos juros que cobram", disse Fernández.
O discurso de Fernández na Assembleia Geral da ONU foi o último de seu mandato. As eleições presidenciais da Argentina estão marcadas para 22 de outubro, com segundo turno em 19 de novembro, a depender do resultado.
Lideram as intenções de voto os candidatos Sergio Massa, ministro da Economia do governo Fernández, e o ultraliberal Javier Milei. Segundo a mais recente pesquisa de intenção de voto do país, divulgada pela consultoria argentina Analogías, Milei segue à frente, com 31,1% da preferência, contra 28,1% de Massa.
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