Panorama internacional

Prorrogação de suspensão de grãos cria rixa e Ucrânia decide processar 3 aliados na OMC

O bloco europeu decretou que a proibição do trânsito de grãos ucranianos estaria em vigor até sexta-feira (15), no entanto, três dos cinco países que aderiram à suspensão temporária tomaram decisão unilateral e decidiram manter o bloqueio.
Sputnik
Há dois dias atrás Polônia, Hungria e Eslováquia anunciaram que não vão suspender o bloqueio aos grãos ucranianos, contrariando a decisão da Comissão Europeia, e argumentando que precisam proteger sua agricultura local, conforme noticiado.
A decisão dos três Estados criou um conflito com a Ucrânia, relata a Reuters, e Kiev anunciou planos nesta segunda-feira (18) para processar Varsóvia, Budapeste e Bratislava na Organização Mundial do Comércio (OMC).

O chefe da Comissão Parlamentar de Relações Exteriores da Polônia emitiu um comunicado dizendo que a decisão ucraniana de processar países no órgão vai "repercutir mal em Varsóvia" e que Kiev deveria estar ciente disso.

Junto a esses países, Romênia e Bulgária também haviam suspendido a entrada dos cereais, mas voltaram a permitir seguindo as diretrizes do bloco europeu.
A repercussão da prorrogação também foi mal recebida em outros Estados-membros da UE. O ministro da Agricultura espanhol, Luis Planas Puchades, disse hoje (18) que a ação unilateral "parecia ilegal", enquanto seu homôlogo francês, Marc Fesneau, afirmou que as medidas "põem em causa a solidariedade europeia".

"Para a solidariedade é preciso haver unidade [...] devemos manter os dois elementos, caso contrário o projeto europeu estará em risco. O mercado único é um elemento fundamental", disse Fesneau.

O conflito na Ucrânia prejudicou a exportação de produtos agrícolas através dos portos do mar Negro, levando a um aumento nos envios rodoviários, ferroviários e por barcaças através de seus seus cinco vizinhos da UE.
Panorama internacional
Conflito de grãos na Ucrânia pode dividir ainda mais a União Europeia?
Os agricultores desses países protestaram que estes carregamentos estavam a distorcer os mercados locais, levando a UE a aprovar restrições comerciais – embora ainda permitindo o trânsito – até 15 de setembro.
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