Ciência e sociedade

Planeta com atmosfera arrancada por sua estrela é descoberto a 32 anos-luz da Terra, revela estudo

Um planeta azarado situado a 32 anos-luz da Terra está sendo golpeado com radiação por sua estrela hospedeira, uma anã vermelha que é menor que o nosso Sol, mas muito mais instável.
Sputnik
O incrível evento foi detectado pelo telescópio espacial Hubble e publicado pelos cientistas na revista The Astronomical Journal.
AU Microscopii (AU Mic) é uma anã vermelha que tem apenas 9% da luminosidade do Sol e está localizada a 31,7 anos-luz de distância. É uma estrela variável, o que significa que seu brilho muda acentuadamente com o tempo devido a grandes eventos explosivos. Além disso, o astro é extremamente jovem, tem apenas 23 milhões de anos. Quando se formou, os dinossauros na Terra já estavam mortos há 42 milhões de anos, escreve EurekAlert!
Por causa de sua juventude, AU Mic ainda tem um disco protoplanetário que a rodeia, apesar de os astrônomos terem destacado três planetas. O maior e o mais próximo da estrela é um planeta do tamanho de Netuno conhecido como AU Mic b, que orbita a estrela a apenas 9,65 milhões de quilômetros, isso é, um sétimo da distância entre o Mercúrio e o Sol.
Esta ilustração artística mostra um planeta (silhueta escura) passando em frente à estrela hospedeira AU Microscopii. O planeta está tão perto da estrela eruptiva que uma explosão violenta de vento estelar e radiação ultravioleta aquece a atmosfera de hidrogênio do planeta, fazendo com que ela escape para o espaço
Neste estudo, liderado por pesquisadores do Dartmouth College, se descobriu que o planeta AU Mic b exibiu comportamento bizarro, durante uma órbita em torno da sua estrela não mostrou perda de sua atmosfera e depois, em outra passagem em torno da órbita, ficou praticamente sem a sua atmosfera rica em hidrogênio.
Todos os planetas com uma atmosfera perdem certa quantidade de gás enquanto orbitam suas estrelas, mas os cientistas nunca viram antes uma perda de atmosfera tão abrupta.
"Esta é a primeira vez que detectamos a fuga de atmosfera de um planeta passando de não observável para muito, muito observável", disse Keighley Rockcliffe, pesquisadora de exoplanetas no Dartmouth College e autora principal do estudo.
A causa da perda atmosférica foi deduzida pelo comportamento errático da estrela, mas ainda não foi exatamente confirmada.
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