Panorama internacional

Nações africanas têm pouca confiança na UE; bloco pensa apenas em si, diz ex-chanceler austríaca

Os países africanos desconfiam da União Europeia (UE), apesar de fazer negócios com ela, pois entendem que Bruxelas é movida estritamente por seus próprios interesses, especificamente no que diz respeito à gestão da migração, disse a ex-ministra austríaca das Relações Exteriores, Karin Kneissl, à Sputnik nesta quinta-feira (27).
Sputnik
Questionada à margem da Cúpula Rússia-África em São Petersburgo se ela acreditava que os países africanos confiavam na UE, a ex-chanceler austríaca respondeu: "De jeito nenhum".
"Na verdade, estive envolvida na cúpula UE-África que fizemos em dezembro de 2018, quando tivemos a presidência da União Europeia e a abordagem da UE é toda sobre migração", acrescentou.
Kneissl lembrou que a cúpula UE-África resumiu-se a "que países devem concluir que parte dos contratos manterão os migrantes em casa".

"Você se lembra da enorme quantidade de dinheiro que Bruxelas e vários países da UE enviaram para a Líbia apenas para manter a migração ilegal de volta ao Chade, de volta ao Mali com [o ex-líder líbio Muammar] Kadhafi bombardeado. Isso se tornou um problema, agora a UE está concluindo contratos com o Egito, com a Tunísia, Marrocos", disse.

Pagar aos países em desenvolvimento para manter seus migrantes longe das fronteiras da UE é uma "abordagem muito negativa", disse Kneissl, acrescentando que "porque não é realmente um negócio, não é um verdadeiro negócio de pé de igualdade".
A segunda Cúpula Rússia-África e o Fórum Econômico e Humanitário são realizados na cidade russa de São Petersburgo de 27 a 28 de julho. De acordo com o Kremlin, a expectativa é que os participantes da cúpula assinem uma série de documentos internacionais e bilaterais.
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