Panorama internacional

Como Mercosul, Austrália recua e diz que oferta da UE para acordo de livre comércio é insatisfatória

Chefe do Comércio australiano diz que proposta do bloco "não é suficientemente boa", uma vez que não permite grande entrada de produtos agrícolas australianos na Europa, sendo o protecionismo uma das questões que também impede o Mercosul de assinar com os europeus.
Sputnik
De acordo com o ministro do Comércio australiano, Don Farrell, o bloco europeu "falhou em oferecer à Austrália termos satisfatórios para selar um acordo de livre comércio", uma vez que "pequenos, mas importantes pontos de atrito ameaçam inviabilizar os planos de assinatura até o final de agosto", disse Farrell segundo a Bloomberg.
De acordo com a mídia, a Austrália continua insatisfeita com o nível de acesso ao mercado europeu oferecido para seus produtos agrícolas - incluindo carne bovina, açúcar e carneiro - e Camberra não está preparada para assinar um acordo sem "acesso comercial significativo".
"Nesta fase, não recebemos uma oferta suficientemente boa dos europeus", afirmou Farrell.
Também há discordâncias sobre a insistência do bloco europeu na proteção da indicação geográfica para centenas de produtos que podem afetar a marca das exportações da Austrália, como prosecco e feta.
Os negociadores da UE consideram que isso não é negociável, segundo a mídia, enquanto Farrell disse anteriormente que era uma "questão emocional" para os agricultores australianos.
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Para as autoridades europeias, nomeadamente o comissário de Comércio da UE, Valdis Dombrovskis, é possível que o acordo com a Austrália seja assinado em uma cúpula da OTAN na Lituânia em meados de julho, o comissário considerou a data ontem (28), segundo a Bloomberg.
A expectativa de Dombrovskis para o acordo com o Mercosul é a mesma, entretanto, a questão sobre produtos agrícolas é justamente um dos maiores impasses no pacto entre os europeus e os sul-americanos, assim como para os australianos.
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Na semana passada o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a classificar como "ameaça" as novas exigências da UE para o acordo. Sobre a parte de produtos agrícolas, o Brasil, assim como a Austrália, também busca um novo texto, principalmente no que diz respeito à compensação para agricultura familiar, conforme noticiado.
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