"As relações sino-americanas passaram por altos e baixos e é necessário que os EUA reflitam profundamente e trabalhem com a China para gerenciar conjuntamente as diferenças e evitar surpresas estratégicas", cita o South China Morning Post o chefe do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), Wang Yi.
De acordo com a emissora estatal chinesa CCTV, o alto diplomata disse ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que sua visita de dois dias a Pequim ocorreu em um "momento crítico" nos laços entre os EUA e a China e que é "necessário fazer uma escolha entre o diálogo e o confronto, a cooperação e o conflito".
Wang Yi também pediu que os Estados Unidos não presumissem que a China está buscando o domínio e que Washington não deve julgar Pequim com base nas trajetórias das potências ocidentais tradicionais.
Continuando a importante diplomacia face a face em Pequim, eu me reuni hoje com o diretor do Escritório Central de Relações Exteriores, Wang Yi, para discutir uma série de questões bilaterais e globais que afetam as pessoas em casa e no mundo todo.
Ademais, o chefe da diplomacia do PCC exortou a parte norte-americana a não espalhar a "teoria da ameaça da China", a suspender as sanções unilaterais ilegais contra a China, a deixar de pressionar o desenvolvimento científico e tecnológico da China e de interferir arbitrariamente nos assuntos internos da China, relatou a CCTV.
Comentando as tensões devido a Taiwan, o lado chinês afirmou que "não há espaço para qualquer compromisso da China em relação a essa questão" e os Estados Unidos devem respeitar a soberania da China.
"Com uma atitude de responsabilidade perante o povo, a história e o mundo, devemos reverter a espiral descendente das relações sino-americanas, pressionar para que retornem a um caminho saudável e estável e trabalhar juntos para encontrar uma maneira correta de a China e os Estados Unidos se darem bem na nova era", declarou Wang Yi.
No domingo (18), o chefe da chancelaria americana manteve conversações com o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang.
Blinken, de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, enfatizou a importância de manter linhas abertas de comunicação para reduzir o risco de percepções errôneas e erros de cálculo, enfatizando que seu país "sempre defenderá os interesses e valores do povo americano".
O principal enviado de Washington convidou Qin a visitar Washington para continuar as discussões, e os altos diplomatas concordaram em agendar uma visita em um "momento mutuamente adequado".
O secretário de Estado dos EUA Antony Blinken está de visita em Pequim de 18 a 19 de junho.
Essa é a primeira viagem do secretário de Estado norte-americano à China nos últimos cinco anos e ocorre em meio a uma deterioração significativa nas relações entre Pequim e Washington motivada por uma série de questões, inclusive Taiwan, o incidente de um balão chinês abatido nos Estados Unidos e as divergências contínuas nas áreas de comércio e tecnologia.