Operação militar especial russa

'Voar é uma coisa e lutar é outra': analista sobre planos de treinar pilotos de F-16 para Ucrânia

A ministra da Defesa holandesa, Kajsa Ollongren, disse que seu país coopera com a Dinamarca sobre o início do treinamento de pilotos ucranianos para pilotar F-16 neste verão europeu. Muitos especialistas militares já questionam a eficácia do treinamento, considerando os prazos em que o querem terminar.
Sputnik
A Sputnik conversou com o especialista militar, major-general aposentado, piloto militar russo e atual editor-chefe adjunto da revista Aviapanorama, Vladimir Popov, para saber se o treinamento será eficaz e quais outros problemas os instrutores da OTAN enfrentarão.

"O programa normal de treinamento em caças F-16 leva até dois anos. Mas também há programas curtos para o caso de ameaças, para o caso de atividades militares imprevistas – ele dura 3-4 meses. Ele inclui teoria e treinamento prático de aptidões de controle, exercícios de decolagem/aterrissagem, etc.", disse o especialista.

O especialista ressalta que um piloto precisa ter uma noção de como a aeronave se comporta no ar, praticar suas ações até o nível de automatismo.
As dificuldades podem depender da quantidade de experiência com que os pilotos começam a treinar, quanto tempo de voo têm, qual é seu nível de inglês e muito mais.
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"No caso do treinamento em um programa curto, 25% a 40% [dos pilotos] vão ser 'alvos voadores' para o inimigo. Porque simplesmente pilotar um novo tipo de aeronave é uma coisa, lutar na guerra é outra coisa. Há uma grande diferença", nota Popov.

Ele disse também que, além de aprender apenas a pilotar o avião, o piloto deve saber usar o armamento de bordo, equipamentos de guerra eletrônica, etc.
Entretanto, o especialista reconheceu a ameaça ao Exército russo se os caças forem fornecidos ao lado ucraniano.

"Devo dizer que a ameaça ao Exército russo é grande. Por mais que digam que o F-16 está obsoleto, que a aeronave tem 40 anos, ele é um caça leve de geração 4+ e está sendo constantemente atualizado. Não é por acaso que ele está em serviço em 40 países. Ele é comparável ao MiG-29 russo ou até mesmo ao MiG-35, embora este último tenha recursos mais avançados."

E outro ponto importante, ressalta o especialista, é o treinamento dos técnicos para a manutenção dessa aeronave.
Trata-se de um equipamento moderno que precisa ser conhecido exaustivamente – o que, onde e quando testá-lo para que a aeronave esteja pronta para voar. Essa é uma parte muito importante e igualmente desafiadora do programa de treinamento.
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Anteriormente, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou na cúpula do G7 no Japão que os aliados pretendem começar a treinar pilotos ucranianos para pilotar os F-16 dos EUA e outros caças de quarta geração fabricados no Ocidente.
Conforme relatado em Washington, ainda não foi decidido por quem e onde os pilotos serão treinados, mas se espera que o local de treinamento seja um país europeu.
O treinamento terá início "nas próximas semanas ou meses", informou a Casa Branca. À medida que o treinamento continuar, será tomada uma decisão sobre quem entregará os caças à Ucrânia e em que quantidade.
As entregas são planejadas para o longo prazo, não para as operações imediatas de Kiev, disse a Casa Branca.
A Rússia chama as possíveis entregas de F-16s de outro estágio de escalada e adverte que o equipamento será um alvo legítimo para as forças russas.
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