Panorama internacional

'Núcleo pró-OTAN': diplomata russo explica como aliança prepara terreno para presença na Ásia

A França, Reino Unido, Alemanha e Canadá se unem ativamente ao AUKUS e Quad, preparando assim o terreno para uma presença da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Ásia-Pacífico, disse na terça-feira (4) o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Andrei Rudenko.
Sputnik

"Em todos estes formatos seletivos [AUKUS, Quad], o componente euro-atlântico representado pela França, Reino Unido, Alemanha e Canadá está ativamente envolvido. Também estão envolvidos atores menores, como os Países Baixos. Assim, agora não estamos falando de criar uma nova plataforma da 'OTAN asiática', mas da preparação do terreno, de um ambiente confortável para a entrada na região da própria aliança", afirmou Rudenko.

Ele enfatizou que "a questão é apenas sobre onde exatamente as unidades da OTAN se estabelecerão".

"Já existem os primeiros 'requerentes'. A Austrália, que deve instalar infraestrutura militar tanto para a marinha dos membros da aliança como para a aviação estratégica dos EUA. O Japão, que está declarando em alto nível a irreversibilidade da 'otanificação' da região da Ásia-Pacífico. A Coreia do Sul, que abriu um escritório de representação na OTAN em 2022 e está lançando consultas com o bloco neste ano ao nível de chefes das unidades dos estados-maiores", notou Rudenko.

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Ele acrescentou que uma espécie de "núcleo pró-OTAN" surgiu na Ásia – Tóquio, Seul, Camberra e Wellington, que começaram a se referir a si mesmos como o "Quarteto da Ásia-Pacífico".
Também, segundo o vice-chanceler, a União Europeia (UE) está aumentando seu envolvimento em processos na região, juntamente com a OTAN.

"A UE está se envolvendo ativamente em processos destinados a trazer a OTAN para a Ásia, tentando explorar os resquícios de sua reputação anterior. Na realidade, a UE – com a formalização de seus laços com a OTAN – já se tornou essencialmente um ramo da aliança", afirma ele.

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Ele enfatizou que a infraestrutura construída para a OTAN costuma ser embrulhada em um "invólucro" civil.

"É claramente visível na agenda de todos os tipos de conferências 'sobre o Indo-Pacífico' – de chefes de estado-maior, de comandantes de forças terrestres, de comandantes navais, de inteligência militar. De fato, o clima se tornou um elemento obrigatório ali. Toda reunião é sobre 'clima', não há mais nada para falar", acrescentou Rudenko.

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