Panorama internacional

Lavrov relembra tentativas do TPI de investigar crimes dos EUA no Afeganistão

Os EUA e o Ocidente coletivo incitam o Tribunal Penal Internacional (TPI) "a encontrar pretextos espúrios", enquanto quando este tribunal investigava os crimes dos EUA no Afeganistão, sanções foram impostas a seu pessoal e o caso parou, lembrou o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Sputnik
Anteriormente, o TPI, cuja jurisdição a Rússia não reconhece, emitiu um mandado de "prisão" do presidente russo Vladimir Putin e da representante dos cidadãos infantis Maria Lvova-Belova em 17 de março.
O TPI acusa a Rússia de alegadamente "deportar" crianças que as autoridades russas resgataram dos bombardeios ucranianos e levar para fora da zona de guerra para áreas seguras.

"Os Estados Unidos nunca fizeram segredo do fato de que se consideram uma potência excepcional. E que este excepcionalismo abrange todas as esferas da vida humana, inclusive as relações internacionais e o direito autonomeado de julgar as pessoas – de julgar a si mesmo sem qualquer processo legal", disse o ministro.

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Entretanto, segundo Lavrov, "quando o processo legal no contexto internacional diz respeito aos EUA, podem punir com bastante segurança aqueles que questionam seu direito de ditar sua vontade a tudo e a todos, e eles mesmos violam quaisquer regras e leis escritas e não escritas".
Ele lembrou que nos anos 2000, o promotor do TPI, então representante de um país em desenvolvimento, abriu um caso para investigar crimes de guerra cometidos pelos EUA e pela coalizão que lideraram no Afeganistão.
"A resposta de Washington foi muito simples: anunciou sanções contra o promotor e outros funcionários do TPI, o caso foi encerrado", enfatizou Lavrov.
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Investigação de crimes dos EUA

Em 2017, o TPI tentou investigar as provas separadas de crimes cometidos por soldados da coalizão no Afeganistão.
A ex-procuradora do TPI, Fatou Bensouda, pediu permissão aos juízes para investigar supostos crimes de guerra cometidos pelos militares norte-americanos, pela Agência Central de Inteligência (CIA na sigla em inglês) e pelos serviços de segurança afegãos.
O TPI apoiou o pedido, concedendo permissão, tendo atraído críticas imediatas dos EUA. Mike Pompeo, então secretário de Estado, chamou o tribunal de "uma instituição política não confiável disfarçada de entidade legal".
O resultado foi que os EUA impuseram restrições de visto em 2019 a indivíduos ligados a investigações sobre crimes militares norte-americanos.
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