Panorama internacional

López Obrador responde a republicano: Não permitiremos que o Exército dos EUA intervenha no México

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, indicou que não vai permitir que as Forças Armadas de nenhum país, especificamente dos Estados Unidos, interfiram no território nacional.
Sputnik
Essas palavras foram expressas em referência às propostas e comentários de legisladores republicanos como Roger Marshall, Rick Scott e Dan Crenshaw, que buscavam que o governo chefiado por Joe Biden declarasse os cartéis de drogas como terroristas e, com isso, que o Exército dos EUA interviessem no país latino-americano. A primeira proposta já foi descartada pela Casa Branca.
"Se você nos permitir ajudá-lo com nossos vastos recursos e capacidades, podemos acabar com a violência do cartel de uma vez por todas. Já basta, não podemos deixar isso continuar, não é sobre nós contra você. Aqui são os Estados Unidos e o México lutando juntos contra um inimigo comum: os cartéis", disse Crenshaw, dirigindo-se a López Obrador.
Diante disso, o presidente López Obrador colocou sua posição contra o que foi proposto pelo republicano.
"Estabelecemos nossa posição de uma vez por todas. Não vamos permitir que nenhum governo estrangeiro interfira e muito menos que as Forças Armadas de um governo estrangeiro intervenham em nosso território", disse o presidente mexicano em entrevista coletiva matinal.
O mandatário acrescentou que os comentários de políticos norte-americanos, que pertencem ao Partido Republicano, têm fins eleitorais tendo em vista as próximas eleições naquele país.
"Se eles não mudarem de atitude e pensarem que vão usar o México para fins de propaganda, eleitorais e políticos, vamos pedir que esse partido não seja votado porque é intervencionista, desumano, hipócrita e corrupto", disse.
López Obrador comentou quee a partir desta quinta-feira (9) vai ser iniciada uma campanha de informação para mexicanos e hispano-americanos que vivem nos Estados Unidos para divulgar as ações de segurança realizadas pelo governo mexicano.
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"A iniciativa dos republicanos, além de irresponsável, é uma ofensa ao povo mexicano, uma falta de respeito à nossa independência e soberania", afirmou.
Mais tarde, após pergunta da Sputnik, o presidente esclareceu que vai esperar uma resposta dos EUA sobre sua declaração para tomar medidas.
Em função disso, ele também cogita ir à Organização das Nações Unidas (ONU) para apresentar o caso, embora tenha descartado entrar em contato com a Organização dos Estados Americanos (OEA).

"Vamos esperar para ver a reação nestes dias. Do que se trata? Claro que não vamos desistir e, [se for necessário], vamos exigir sanções, mas oportunamente. Nós poderíamos ir para a ONU, mas estamos começando [com esta questão]. Queremos [observar] a reação de outros legisladores do Partido Republicano. Não, não, não. A OEA, não. Como não rir da OEA, o que é uma coisa tão feia? Tão feia que causa risos. Ha, ha, ha, ha, ha", ironizou o presidente.

Isso ocorre depois que quatro cidadãos norte-americanos foram sequestrados na última sexta-feira (3) em Matamoros, no estado de Tamaulipas, no México. Dois deles foram supostamente mortos por membros do cartel do Golfo.
As autoridades mexicanas relataram o assassinato de Zindell Brown e Shaeed Woodard, bem como o resgate de Latavia Tay Washington McGee e Eric James Williams. Os cidadãos norte-americanos foram localizados em um esconderijo para criminosos no território El Tecolote, perto de Matamoros.
Os dois sobreviventes foram entregues a agentes do FBI e pessoal médico dos EUA.
O incidente levou os legisladores republicanos a retomar a reivindicação de nomear os cartéis (mexicanos) como organizações terroristas estrangeiras.
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