"Não vamos mais contar com nenhum parceiro no Ocidente. Não permitiremos que eles explodam os gasodutos novamente", disse o diplomata russo em resposta a uma pergunta sobre a política energética russa.
Washington há muito critica seus aliados europeus por sua dependência da energia russa barata. Os produtores americanos de gás natural liquefeito ocuparam uma grande parte do mercado europeu de energia depois que a União Europeia (UE) decidiu eliminar gradualmente o fornecimento russo após o conflito ucraniano.
Lavrov referia-se à sabotagem dos gasodutos Nord Stream (Corrente do Norte), que ligam a Rússia à Alemanha através do mar Báltico. Eles foram fortemente danificados por explosões no final de setembro, um ato que Moscou ver como beneficiários os Estados Unidos.
Três dos quatro gasodutos submarinos que compõem os projetos Nord Stream 1 e 2 que conectam a Rússia e a Alemanha através do mar Báltico foram severamente danificados por uma série de poderosas explosões em setembro de 2022.
Embora não tenha ficado imediatamente claro quem estava por trás desse ato de sabotagem, o jornalista investigativo Seymour Hersh nomeou o governo dos Estados Unidos como o mentor em fevereiro deste ano.
Citando fontes familiarizadas com o planejamento desta operação, Hersh afirmou que mergulhadores da Marinha dos EUA plantaram os explosivos nos gasodutos no verão de 2022 com a ajuda da Noruega e que as cargas foram detonadas remotamente três meses depois para evitar suspeitas.
O MRE russo observou que "a Alemanha foi humilhada" pela situação, inclusive pela reação ao relatório de Hersh na Europa. Ele argumentou que o objetivo da crise era "reduzir a Europa" a ser uma subordinada dos EUA, "minar a vantagem competitiva da Europa" e "arruinar o vínculo econômico" entre a UE e a Rússia. Moscou tem outros mercados para os quais pode oferecer seus produtos, acrescentou.
"Estaremos orientados para parceiros confiáveis, parceiros de confiança – Índia e China certamente estão entre eles", sugeriu Sergei Lavrov.
Ele reiterou as afirmações de Moscou de que o conflito na Ucrânia foi desencadeado pelas políticas ocidentais e explicou que uma resolução pacífica para as hostilidades dependia da derrubada de Kiev em sua própria proibição de negociar com a Rússia.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, falou no Diálogo Raisina, uma importante conferência indiana sobre geopolítica e geoeconomia.