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Ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, decide renunciar, diz mídia

A ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, decidiu renunciar ao posto, informou o jornal Bild nesta sexta-feira (13). Lambrecht integra o Partido Social Democrata da Alemanha (SPD, na sigla em alemão), o mesmo do chanceler Olaf Scholz.
Sputnik
Conforme informou o Bild, a iniciativa de renunciar ao cargo partiu da própria ministra, e não do gabinete do chanceler. A data da renúncia ainda não foi definida e os seus motivos não foram divulgados.
Segundo o jornal, o governo da Alemanha já está em discussão sobre o sucessor de Lambrecht na Defesa e o ministério decidiu não comentar o assunto.
Christine Lambrecht foi nomeada ministra da Defesa da Alemanha no início de dezembro de 2021. Ela se tornou a terceira mulher consecutiva nessa posição.
A ministra foi muito criticada nos últimos meses por falhas no envio de equipamentos à Ucrânia e por seu estilo de comunicação. A publicação escreve que a Defesa alemã há muito tempo "precisa de um novo começo".
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Nos últimos meses, Lambrecht foi repetidamente submetida a ataques severos, inclusive de parceiros de coalizão.
Incidentes como sua proposta de fornecer capacetes à Ucrânia, uniformes com supostas siglas nazistas e a publicação de fotos de seu filho em um helicóptero das Forças Armadas do país durante uma viagem de negócios da ministra são alguns dos escândalos que marcaram sua gestão.
Problemas com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também fizeram parte da gestão de Lambrecht. Além de imbróglios envolvendo a compra de tanques Puma, o episódio mais notório ocorreu quando a então ministra tentou enviar sistemas Patriot à Polônia.
Christine Lambrecht discursa durante a apresentação do veículo blindado Marder no quartel Erzgebirgskaserne, em Marienberg, leste da Alemanha, em 12 de janeiro de 2023
Varsóvia queria que os sistemas de defesa aérea fossem enviados à Ucrânia, com o ministro da Defesa polonês anunciando que havia feito o pedido ao governo alemão.
Berlim deixou claro a Varsóvia que as unidades de defesa que ofereceu à Polônia se destinavam ao uso em território da OTAN, contrariando as exigências do governo polonês de que o sistema fosse enviado à Ucrânia.
A Alemanha tinha 36 unidades Patriot quando era o país da linha de frente da OTAN durante a Guerra Fria e mesmo assim contava com o apoio de parceiros da aliança. Hoje as forças alemãs estão reduzidas a 12 unidades, duas das quais foram enviadas à Eslováquia.
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