Parlamentares norte-americanos que trabalham nas investigações sobre a invasão ao Capitólio iniciaram conversas para cooperar com legisladores brasileiros sobre as investigações das manifestações antidemocráticas em Brasília.
Em uma inédita declaração conjunta, publicada pela Reuters, eles condenaram os atos "antidemocráticos da extrema direita" que ocorreram no último domingo (8).
O deputado americano Bennie Thompson é um dos legisladores cujo escritório está envolvido nas negociações, de acordo com uma das fontes, que pediu anonimato porque as discussões são preliminares.
O residente do Senado do Brasil, Rodrigo Pacheco, também discutiu a ideia de tal intercâmbio com o principal diplomata dos EUA em Brasília, disse uma fonte à publicação.
Rodrigo Pacheco no Plenário do Senado, 3 de maio de 2022
© Foto / Agência Senado / Waldemir Barreto
A embaixada dos Estados Unidos também teria aceitado a ideia de compartilhar os conhecimentos da investigação contra os partidários do então presidente Donald Trump, que realizaram o ataque de 6 de janeiro em uma tentativa fracassada de impedir o Congresso de certificar a vitória de Joe Biden.
De acordo com os parlamentares envolvidos na iniciativa, promovida pelo Washington Brazil Office (WBO), "não é segredo que agitadores da extrema direita no Brasil e nos Estados Unidos estão coordenando esforços".
Eles citam como exemplo os encontros do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que se reuniu após as eleições presidenciais do ano passado com Trump e seus ex-assessores Jason Miller e Steve Bannon, "que encorajaram Bolsonaro a contestar os resultados das eleições no Brasil".
Bannon foi condenado a quatro meses de prisão por desacato ao Congresso em outubro passado.
11 de janeiro 2023, 10:54