Panorama internacional

EAU diz que procura da Europa por países do golfo é 'interesseira' e cobra 'política mais realista'

Na visão de alto funcionário do governo emiradense, o reengajamento dos europeus, especialmente da Alemanha, com nações da região, é cativante, mas precisa acontecer não de forma "transacional".
Sputnik
Durante a Conferência Mundial de Política em Abu Dhabi neste sábado (10), o assessor diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Anwar Gargash, disse que é interessante ver uma maior aproximação entre países europeus e nações do golfo Pérsico, mas que diante da crise energética, espera que o engajamento não seja "transacional".

"O que estamos ouvindo, especialmente dos alemães e outros, sobre o reengajamento com o Golfo, me encoraja, mas gostaria de alertar que não deve ser uma transação. [...] Acho que essa linguagem é parcialmente motivada pelo interesse próprio, ao tentarem encontrar novos fornecedores de gás, novos fornecedores de petróleo", afirmou Gargash segundo a Reuters.

Várias autoridades europeias visitaram países do golfo para garantir o fornecimento de energia fora da Rússia, ex-principal fornecedora, depois que o Ocidente impôs sanções a Moscou devido à operação russa na Ucrânia.
"Precisamos ver ações [...] tem que ser de longo prazo e estratégicas", acrescentou.
Gargash também reiterou um pedido de garantias de segurança "explícitas" de aliados ocidentais tradicionais, especialmente ao lidar com a ameaça de drones iranianos sobre os quais os Estados do golfo há muito alertam, mas que só agora, depois de supostamente "chegarem [os drones] à Ucrânia" que "de repente o mundo redescobriu esse problema", relata a Reuters.
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Ao mesmo tempo, os países do golfo têm resistido à pressão ocidental para romper com a Rússia, outro membro da aliança de produtores de petróleo da OPEP+, que em outubro concordou em cortar as metas de produção.
Gargash disse que alguns países, que ele não citou, estão carregando laços com "bagagem moralista e outros interesses", acrescentando que a política tem que ser "mais realista se você quiser resultados", complementou.
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