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OCDE sugere ao governo Lula acabar com incertezas sobre evolução dos gastos públicos

Para entidade, é positivo que o novo governo mire em programas sociais, mas é importante "reduzir a incerteza sobre o desenvolvimento das contas públicas, junto à ajuda às famílias vulneráveis. É bem melhor ter uma política fiscal bem direcionada do que dar subsídios para todos".
Sputnik
Mesmo com as projeções da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que descartam recessão global, no caso específico do Brasil, a entidade prevê que o crescimento da economia do país passará de 2,8% neste ano para 1,2% no ano que vem, e recomenda ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que acabe logo com as incertezas sobre a evolução dos gastos públicos.
Apesar dos números citados indicarem baixa, são melhores do que os prospectados anteriormente, quando era previsto crescimento econômico de 2,5% para este ano e de 0,8% para 2023, segundo o jornal Valor Econômico.
Como nota o economista e chefe da divisão na OCDE que acompanha a situação brasileira, Jens Arnold, ouvido pela mídia, a melhora na projeção do Brasil tem a ver com o resultado do PIB no primeiro semestre, que foi melhor do que muitos observadores esperavam. Mas vários fatores podem abrandar o crescimento no ano que vem, para logo depois o país voltar a crescer um pouco mais (1,4% em 2024).
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Um desses fatores seria o cenário mundial, uma vez que com menos demanda global, um exportador de commodities como o Brasil sofre consequências. Ao mesmo tempo "a alta inflação que está pesando sobre os gastos das famílias, o crédito mais caro, e os salários que não tem crescido no mesmo ritmo da inflação", também contribuem, explica o economista.
Mas um fator-chave para desaceleração seria a "incerteza no cenário fiscal [que] nunca ajuda no crescimento, nos investimentos. É importante respeitar um direcionamento para o fiscal e isso pode incluir um forte componente social".
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Para Arnold, é positivo que o componente social seja uma prioridade do novo governo, porém, "o Brasil tem bastante ineficiências no gasto público. Essa ineficiência é problemática, mas também significa que há bom espaço para controlar gastar sem afetar despesas bem direcionadas", afirmou o economista à mídia.
O importante, reitera Arnold, "é reduzir a incerteza sobre o desenvolvimento das contas públicas, compatibilizando com ajuda para famílias vulneráveis. É bem melhor ter uma política fiscal bem direcionada do que dar subsídios para todos".
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