Panorama internacional

Porta-voz da UE sugere mudança de gás para carvão nos próximos invernos

O porta-voz da União Europeia (UE) para Ação Climática e Energia, Tim McPhie, sugeriu nesta quinta-feira (3) que os Estados da UE teriam que usar carvão mais intensivamente nos próximos invernos.
Sputnik
Enquanto os principais líderes da Europa são pressionados a buscar soluções para a crise energética no continente e novos parceiros para substituir o gás russo, estratégias que vão na contramão da preservação do meio ambiente seguem sendo consideradas e levadas a sério.
Enquanto alguns países na mesma zona euro insistem em punições para países com grande índice de desmatamento, como o Brasil, os esforços para garantir a segurança energética da UE parecem ilimitados.
Tim McPhie, por exemplo, defende um retorno às poluentes indústrias de carvão para substituir o gás russo.

"Uma das coisas que precisamos fazer a curto prazo, e por curto prazo quero dizer neste inverno e possivelmente no próximo inverno, é nos engajar na troca de combustível quando necessário", disse.

Panorama internacional
Reuters: viagem de Scholz à China gera preocupação na Alemanha após 'dependência' da energia russa
O porta-voz defende que essa seria uma medida de curto prazo e disse que a Comissão Europeia já havia revisto as metas relacionadas aos planos de energia renovável e eficiência energética para 2030.
Enquanto isso, o Brasil, conforme noticiado pelo jornal O Globo, será duramente cobrado por um plano ambiental que agrade à zona euro ao longo dos encontros da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2022 (COP27), que ocorre entre os dias 6 e 18 de novembro, no Egito.
A União Europeia está lidando com as consequências da escassez no fornecimento de gás causada pela deterioração das relações com a Rússia. Neste início do outono no Hemisfério Norte, os Estados-membros da UE, incluindo França, Alemanha e Espanha, anunciaram planos nacionais para reduzir o consumo de energia e subsidiar indústrias afetadas.
A Agência Internacional de Energia (AIE) anunciou que espera um déficit de gás de 30 bilhões de metros cúbicos na Europa no próximo verão do continente.
Panorama internacional
Rishi Sunak faz as contas e pode congelar 'ajuda externa' do Reino Unido

"Se o fornecimento de gás de gasoduto russo à UE cessar completamente e as importações chinesas de GNL [gás natural liquefeito] se recuperarem para os níveis de 2021, a Europa poderá enfrentar uma lacuna de oferta e demanda de 30 bilhões de metros cúbicos durante o principal período do verão para reabastecer o armazenamento de gás em 2023", disse a AIE em relatório.

A agência disse que essa lacuna pode chegar a metade do gás necessário para preencher os locais de armazenamento com 95% da capacidade até o início da temporada de aquecimento de 2023–24.
A entidade defende que a Europa deve abster-se do otimismo excessivo com relação às reservas de gás em instalações de armazenamento subterrâneo e tomar medidas urgentes para se preparar para seu próximo inverno.
A agência acredita que uma implementação mais rápida de medidas de eficiência energética é necessária para se reduzir o risco de agravamento da crise energética.
Panorama internacional
Controlando apenas 10% de suas reservas de gás, Europa arrisca passar frio no inverno, avalia mídia
Comentar