Panorama internacional

EUA aumentam vendas de armas no exterior e 'ajudam a exagerar ameaças', afirma relatório

Relatório do Quincy Institute diz que "a atual política e prática de armas dos EUA muitas vezes alimentam guerras em vez de impedi-las".
Sputnik
Apesar da promessa eleitoral de Joe Biden, os EUA aumentaram, e não diminuíram, as suas vendas de armas em todo o mundo, inclusive para países com regimes considerados repressivos por Washington.
As conclusões estão em um relatório publicado pelo Quincy Institute for Responsible Statecraft, um thinktank com sede em Washington.
Segundo os pesquisadores, a maioria das vendas dos EUA envolvem apenas quatro empresas: Lockheed Martin, Boeing, Raytheon e General Dynamics.
As quatro estiveram envolvidos em 58% de todas as principais ofertas feitas desde a posse do governo de Joe Biden, presidente dos EUA, no ano de 2019.
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"O poder de lobby concentrado dessas empresas, incluindo uma 'porta giratória' da agência de vendas de armas do Pentágono e a alavancagem de empregos relacionados à exportação de armas em influência política, foi usado nos esforços para expandir as exportações de armas dos EUA para o maior número possível de estrangeiros", sustenta o relatório.

A publicação enfatiza que esse comportamento muitas vezes "ajuda a exagerar as ameaças".
As ofertas de armas dos EUA caíram acentuadamente no primeiro ano do governo Biden, de US$ 110,9 bilhões (R$ 578,99 bilhões) no último ano do governo Donald Trump para apenas US$ 36 bilhões (R$ 187,9 bilhões).
Em outubro, as ofertas anuais de armas aumentaram para US$ 65 bilhões (R$ 339,3 bilhões), em parte devido ao aumento das vendas para a Europa e Ásia.
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"Aproximadamente dois terços dos conflitos atuais envolvem uma ou mais partes armadas pelos Estados Unidos", disse o relatório, acrescentando que "isso contradiz o argumento de longa data de que as armas dos EUA rotineiramente promovem estabilidade e impedem conflitos", acrescentou.
A Indonésia ocupa o primeiro lugar entre os principais destinatários de acordos de armas dos EUA em setembro, com US$ 13,9 bilhões (R$ 67,8 bilhões) em ofertas, de acordo com o relatório. Grécia e Alemanha vêm em seguida com US$ 10,2 bilhões (R$ 53,25 bilhões) e US$ 10,1 bilhões (R$ 52,73 bilhões).
A Lockheed Martin teve a maior participação em grandes negócios. As armas que produz são o principal componente de acordos no valor de US$ 25,8 bilhões (R$ 148,79 bilhões) desde fevereiro de 2021, segundo o relatório.
"Os maiores retornos para grandes empreiteiros vêm das vendas de aeronaves de combate, seguidas por sistemas de defesa antimísseis", conclui o relatório.
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