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Vitória da coalizão de centro-direita na Itália causa grande preocupação na União Europeia

A líder do partido Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, afirmou que os primeiros resultados das eleições legislativas demonstram o desejo dos italianos de ter um governo de centro-direita, em que o seu partido vai desempenhar o papel central.
Sputnik

"Me parece que, tendo em conta as primeiras previsões, podemos dizer que os italianos deram uma indicação clara para formar um governo de centro-direita, liderado pelos Irmãos de Itália", disse Meloni.

"Foi uma campanha eleitoral violenta e agressiva. Julgo que a difícil situação em que a Itália se encontra exige a contribuição de todos", acrescentou.
Meloni lamentou o alto nível de abstenção nas eleições. Assim, o comparecimento não superou os 64%. Ao mesmo tempo, a política sublinhou uma tendência contrária: eleitores que antes nunca haviam participado de eleições desta vez decidiram ir às urnas.

"Agora, nosso desafio é recuperar a confiança dos italianos nas instituições estatais. É preciso recuperar os laços entre o Estado e os cidadãos. Se vocês querem se tornar parte da história, devem compreender sua responsabilidade perante dezenas de milhões de italianos, e nós não os trairemos. Se formos chamados para governar este país, vamos fazê-lo para todos", defendeu Meloni.

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Conforme os dados do Ministério do Interior italiano, a coalizão de centro-direita deverá vencer as eleições legislativas antecipadas, com cerca de 43% dos votos. O partido de Meloni demonstra o melhor resultado de todas as forças políticas, contando com o apoio de 26% dos eleitores.
Nas eleições para o Senado, mais de metade das cédulas já foi contada, com as forças de centro-direita obtendo 44,1% dos votos. Na votação para a Câmara dos Deputados já foi escrutinado cerca de terço das cédulas, com a direita obtendo 42,9%.
A coalizão de centro-esquerda conta até agora com 27% dos votos para o Senado e 27,6% para a Câmara dos Representantes. O seu partido principal, o Partido Democrático, por enquanto recebeu cerca de 20% dos votos.
A terceira força política popular é o Movimento 5 Estrelas, que até agora obteve 14,8% do apoio dos eleitores.
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A vitória do partido Irmãos de Itália já foi saudada por vários políticos de centro-direita por toda a Europa. Assim, Marine Le Pen, líder do Reagrupamento Nacional francês, afirmou que a coalizão de centro-direita liderada por Giorgia Meloni obteve "uma vitória gloriosa", apesar da pressão antidemocrática por parte da União Europeia.

"O povo italiano decidiu assumir a responsabilidade pelo seu destino, tendo eleito um governo de patriotas e defensores da soberania", escreveu Le Pen na sua conta no Twitter. "Transmito as minhas felicitações a Giorgia Meloni e a Matteo Salvini por esta vitória gloriosa. Eles conseguiram resistir à pressão antidemocrática e arrogante da União Europeia", salientou.

Nesse contexto, o Parlamento Europeu já expressou a sua preocupação pela chegada ao poder da coalizão de centro-direita. A vice-presidente do Parlamento Europeu, Katarina Barley, acredita que, caso a líder do partido Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, assuma o cargo de primeira-ministra italiana, ela vai seguir o exemplo de políticos como o ex-presidente norte-americano Donald Trump ou o atual primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

"Giorgia Meloni se tornará primeira-ministra, enquanto Viktor Orbán e Donald Trump serão seus exemplos políticos", disse Barley em uma entrevista ao jornal alemão Welt.

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O deputado do Parlamento Europeu Tom Waitz, presidente do Partido Verde Europeu, diz que a União Europeia apenas pode funcionar de forma coordenada, enquanto Meloni pode se converter em "uma catástrofe para a Europa".

"Os fundamentos e os valores comuns da União Europeia estarão em perigo se a Itália, que é a terceira economia europeia, acabar sob a pressão da coalizão de pós-fascistas e partidos de ultradireita", afirmou.

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