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Parlamento das Ilhas Salomão aprova adiamento das eleições, premiê zomba de proposta australiana

Os EUA e seus aliados do Pacífico expressaram preocupação com a proposta de adiar as eleições por sete meses. O Ocidente acredita que um mandato mais longo do primeiro-ministro Manasseh Sogavare poderia piorar os laços com o país do Pacífico Sul.
Sputnik
O parlamento das Ilhas Salomão aprovou nesta quinta-feira (8) uma emenda constitucional apresentada pelo governo para adiar as eleições gerais até 2024. O projeto de emenda foi aprovado por 37 contra 10 votos.
Líderes da oposição criticaram a medida como uma tentativa de "tomada de poder", sugerindo que poderia reacender uma violência semelhante aos distúrbios que ocorreram em novembro de 2021. No entanto, Sogavare disse que o adiamento das eleições era necessário para garantir que os Jogos do Pacífico, um evento internacional organizado em um complexo financiado pela China, fossem realizados de forma tranquila.
"O projeto é basicamente adiar a dissolução do Parlamento", disse o primeiro-ministro, explicando que a nação do Pacífico não poderia realizar dois grandes eventos no mesmo ano.
"Não podemos sediar com sucesso as eleições gerais nacionais e os Jogos do Pacífico no mesmo ano enquanto nossa economia ainda está se recuperando [da pandemia de COVID-19] e dos danos causados pela agitação pública", enfatizou.
Sogavare criticou os parlamentares da oposição por "enganarem" a nação, acreditando que a declaração colocaria as pessoas contra o governo democraticamente eleito. "O projeto de lei não inibe ou proíbe de forma alguma o direito ao voto", disse ele.
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Após os distúrbios de 2021, o governo de Sogavare assinou um pacto de segurança com a China em abril para garantir uma segurança mais ampla de pessoas e propriedades em todo o país do Pacífico. Isso levou a oposição a alegar que o primeiro-ministro poderia usar a agitação como desculpa para invocar o pacto de segurança e permitir a entrada da polícia chinesa no país.
Durante seu discurso, Sogavare também zombou da Austrália por oferecer financiamento eleitoral enquanto declarava que seu governo consideraria a possibilidade de aceitar ajuda na organização da eleição em 2024. "Eles ofereceram agora, então prepare-se, irmão, para financiar os custos. São custos grandes, senhor presidente, a Comissão Eleitoral precisa de muito dinheiro", ironizou Sogavare.
Na terça-feira (6), a ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, disse que a oferta de financiamento eleitoral reflete o compromisso histórico e de longa data da Austrália com a democracia no Pacífico.
As eleições gerais nas Ilhas Salomão são realizadas a cada quatro anos, e o mandato do atual parlamento deve expirar em maio de 2023.
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