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Com tom irritado em discurso, Bolsonaro cita vários palavrões e diz: 'O ditador tinha que ser eu'

Mandatário se reuniu com pequeno grupo de empresários em São Paulo hoje (26), e afirmou que o ditador teria "que ser ele, e não quem tem obrigação de defender a Constituição", falando indiretamente sobre Alexandre de Moraes.
Sputnik
O presidente, Jair Bolsonaro (PL), falou para empresários nesta sexta-feira (26) e em tom de desabafo, disse vários palavrões e criticou o trabalho que se tem ao ocupar a cadeira da presidência da República afirmando que é uma "m**da". De acordo com a Folha de São Paulo, o chefe do Executivo estava visivelmente irritado.

"Se alguém acha que eu tenho amor àquela cadeira [de presidente], se puder falar palavrão aqui, vai pra ponta da praia. É uma m**da. Mas eu tenho uma coisa em mim, vou fazer a coisa certa, vou honrar aquilo que prometi", afirmou.

De acordo com o jornal, o presidente disse ao menos sete palavrões ao longo da fala de improviso.
Bolsonaro também voltou a criticar ações do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda que sem citar a Corte, contra o deputado Daniel Silveira (PL), que foi condenado à prisão por ofender ministros e contra empresários bolsonaristas que defendiam um golpe de estado em um grupo de WhatsApp.

"Estamos perdendo a nossa liberdade", disse o presidente sobre os dois episódios. "[...] O ditador tinha que ser eu, e não alguém que tem obrigação de defender a Constituição. E vocês sabem do que eu estou falando", emendou o presidente sem também citar nominalmente o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que autorizou a operação da Polícia Federal contra os empresários.

O chefe do Executivo também citou o ex-presidente Lula. Ontem (25), foi a sabatina do petista no Jornal Nacional da TV Globo, e durante a entrevista, Lula disse, se eleito, negociaria com o Congresso Nacional.
Em resposta, Bolsonaro disse aos empresários que "muita gente boa aqui sabe a dificuldade de relacionamento Executivo-Legislativo. Não é papinho de ontem 'vou conversar'. Conversar 'p**ra' nenhuma. Na prática, a realidade é uma coisa bem diferente", afirmou o mandatário citado pela IstoÉ.
Segundo a Folha, a plateia muitas vezes interrompeu a fala de Bolsonaro aos risos e com aplausos. O grupo de convidados era pequeno, com empresários ligados ao setor do comércio e aliados políticos, como o candidato ao Governo de SP, Tarcísio de Freitas, e os deputados Eduardo Bolsonaro e Gil Diniz.
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