Panorama internacional

Crise de abastecimento: UE diz que alimentos e fertilizantes russos estão livres de sanções

De acordo com o chefe das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Josep Borrell, esses produtos podem ser comprados, transferidos e segurados livremente.
Sputnik
Qualquer pessoa que queira comprar alimentos e fertilizantes russos pode fazê-lo livremente e sem medo de sanções, que não se aplicam a esses produtos, disse Josep Borrell nesta segunda-feira (20).

"Nossas sanções não visam alimentos, não visam fertilizantes. Todo mundo que quiser comprar comida e fertilizantes russos, podem fazê-lo, sem obstáculos [...] para que possam operar, comprar, transferir, garantir", disse Borrell à imprensa antes de uma reunião com ministros das Relações Exteriores da UE, que deve se concentrar em maneiras de liberar grãos ucranianos presos nos portos do mar Negro em meio à crise e ao conflito militar em curso no país.

No entanto, as sanções da UE visam o transporte russo, impedindo que os grãos e fertilizantes do país sejam entregues ao mercado global. Isso levou a uma crescente crise alimentar, com os preços do trigo subindo para níveis recordes nos últimos dois meses.
A Ucrânia, também um grande celeiro mundial, ficou impossibilitada de exportar seus grãos por meios marítimos. A Organização Mundial do Comércio (OMC) estima que entre 22 milhões e 25 milhões de toneladas de grãos estejam atualmente retidos nos portos da Ucrânia. Enquanto as nações ocidentais acusam a Rússia de bloquear essas exportações, Moscou afirmou repetidamente que está ansiosa para fornecer passagem segura para os navios carregados de grãos pelo mar Negro, mas que os militares ucranianos estão impedindo isso porque minaram os portos.
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De acordo com Borrell, as consequências da crise na Ucrânia "estão se tornando muito perigosas não apenas para a Ucrânia, mas para o mundo inteiro".
"Tenho que alertar novamente sobre o risco de uma grande fome no mundo, especialmente na África, e é a guerra que está gerando aumentos de preços e escassez de energia e alimentos. Estamos apoiando os esforços das Nações Unidas para desbloquear a exportação da Ucrânia", afirmou.
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