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Após Inflação ultrapassar a meta, BC escreve carta ao ministro Paulo Guedes explicando a crise

Após o anúncio de que a inflação apresentou a maior variação desde 2015, o Banco Central brasileiro, responsável pelo controle do índice, escreveu uma carta ao ministro Paulo Guedes.
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No documento, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, aponta que o aumento dos preços de commodities, a bandeira de energia elétrica (em razão da escassez hídrica), além da falta de insumos, foram os principais fatores que levaram a inflação a superar o limite da meta em 2021.
A justificativa foi dada em carta aberta ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN) e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, escreve o portal G1.
Na carta, Campos Neto frisou a influência da pandemia sobre o desvio da inflação e fez questão de destacar que a aceleração inflacionária para níveis superiores à meta foi um fenômeno global no ano passado.
Conforme noticiado mais cedo, o IPCA, o índice oficial de inflação, terminou o ano passado em 10,06%, quase o dobro (4,81%) acima da meta a ser perseguida pelo BC (5,25%).
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Esse foi o maior desvio em quase 20 anos, já que, em 2002, o "estouro" foi de 7,03%. A última vez que o teto da meta havia sido rompido, em 2015, a distância havia sido de 4,17%, quando o IPCA registrou alta de 10,67%.
No documento, Campos Neto destacou que as pressões sobre os preços de commodities e nas cadeias produtivas globais refletem mudanças no padrão de consumo causadas pela pandemia de COVID-19, com aumento da demanda por bens.

"Esses desenvolvimentos, que ocorreram em nível global, geraram excesso de demanda em relação à oferta de curto prazo de diversos bens, causando um desequilíbrio que, em diversos países e setores, foi exacerbado por falta de mão-de-obra, problemas logísticos e gargalos de produção", afirmou o BC.

Campos Neto destacou ainda que o principal fator para o desvio de 6,31% em relação ao centro da meta de 2021 foi a inflação importada, com contribuição de 4,38%. Pesaram a alta de produtos como petróleo e a desvalorização do real frente à moeda norte-americana.
Campos Neto alegou que tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja as metas para a inflação determinadas pelo Conselho Monetário Nacional.
"O BC tem calibrado a taxa básica de juros, e continuará a fazê-lo, com vistas ao cumprimento das metas para a inflação estabelecidas pelo CMN", conclui a carta.
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