Propagação e combate à COVID-19

Anvisa pede ação da PGR e proteção da PF por ameaças recebidas após intimidação de Bolsonaro

Agência relata aumento de ameaça a funcionários em 24 horas após declarações do presidente sobre imunização de crianças.
Sputnik
Neste domingo (19), a Anvisa solicitou proteção policial para servidores e diretores envolvidos na aprovação do uso da vacina da Pfizer contra a COVID-19 em crianças de cinco a 11 anos, segundo o UOL.
Conforme relatado ontem (19), a agência foi intimidada pelo presidente, Jair Bolsonaro (PL), a revelar os nomes dos funcionários que aprovaram a imunização para as crianças.
A Anvisa enviou ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), ao Ministério da Justiça, à Diretoria-Geral da Polícia Federal (PF) e à Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, de acordo com a mídia.

"Solicita-se de V. Sa. a adoção das medidas necessárias para apuração criminal dos referidos atos praticados e conhecidos ontem, sábado, dia 18/12/2021, contra os Diretores e servidores da ANVISA e, além disso, reitera-se com urgência o pedido de proteção policial aos citados agentes públicos e suas famílias a fim de salvaguardar a sua integridade física e psicológica diante da gravidade da situação enfrentada", diz um trecho do texto enviado aos órgãos.

A agência relata que nas últimas 24 horas foram intensificadas as ameaças de violência contra os servidores nas redes sociais.
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Anvisa autoriza vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos com intervalo de 21 dias entre doses
Durante sua live semanal, o presidente pediu os nomes dos funcionários que aprovaram a vacinação em crianças e disse que "vai pensar com a esposa se a filha vai vacinar".
"Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para cinco a 11 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas […] A responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças, então quem é responsável por olhar as crianças é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos de idade e vou estudar com a minha esposa bastante isso aqui", declarou.
Ontem (18), parlamentares petistas também pediram investigação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra as declarações feitas pelo presidente.
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