Ciência e sociedade

Pesquisadores encontram brinco egípcio raro dos anos 1000 em sítio arqueológico na Dinamarca (FOTOS)

Com apenas uma dúzia de exemplares semelhantes no mundo, a joia encontrada em um campo comum na Dinamarca surpreende pesquisadores, que suspeitam ter sido um presente de um imperador bizantino para um viking da Guarda Varangiana.
Sputnik
Uma joia de ouro extremamente rara do Egito foi encontrada na Jutlândia Ocidental, na Dinamarca.
O brinco em forma de meia-lua dos anos 1000, encontrado por um detector de metais, consiste em uma placa dourada com decoração esmaltada representando dois pássaros ao redor de uma árvore ou planta. De acordo com os pesquisadores, o brinco provavelmente tem origem no Egito, e nenhuma joia semelhante foi encontrada na Escandinávia antes. A teoria é que a imagem representa a Árvore da Vida, entendida tanto na cultura islâmica quanto na cristã.
"Existem apenas 10-12 dessas peças em todo o mundo. Todas em coleções antigas de museus nos Estados Unidos, Reino Unido ou países árabes. Essa peça é única", disse o arqueólogo e inspetor do Museu Nacional Peter Pentz à Rádio Dinamarquesa.
Ainda mais surpreendente é o local do achamento, um campo em Bovling perto de Lemvig. "Como foi parar na Jutlândia? É interessante", observou Peter Pentz.
Os pesquisadores acreditam que o governante do Império Bizantino, um poderoso Estado cristão que se estendeu da Itália e dos Bálcãs a partes do Oriente Médio, com a atual Istambul (antiga Constantinopla) como sua capital, tenha presenteado o brinco a um viking dinamarquês que servia em sua guarda pessoal, também conhecida como Guarda Varangiana, que consistia de escandinavos.
Outra possibilidade é que esta joia tenha sido trazida para a Jutlândia por um dinamarquês após uma peregrinação pelo Mediterrâneo Oriental.
De acordo com Pentz, o brinco provavelmente veio do Cairo, devido às semelhanças com outros brincos em forma de meia-lua em coleções de museus.
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Em uma escala de um a 10, em que 10 seria o melhor, ele descreveu o achado de Bovling como um "oito" puro, inclusive devido ao elaborado trabalho de esmalte semelhante ao relevo bizantino da Cruz de Dagmar, que foi encontrada em 1683 em um dos túmulos reais na Igreja de São Bendt, em Ringsted.
"Em qualidade, o esmalte do brinco não é tão bom quanto a Cruz de Dagmar. Mas onde a cruz foi encontrada no túmulo de uma rainha, em que o contexto fala por si, já o brinco foi encontrado sem qualquer contexto em um campo na Jutlândia Ocidental. É um pouco fascinante o quanto se pode imaginar com as descobertas por detector", disse Prentz.
O brinco foi rapidamente enviado ao Museu Nacional, que o descreveu como um achado de classe mundial. Seus conservadores limparam a joia de ouro em tempo recorde para incluí-la em uma exposição em curso que mostra a maior coleção de tesouros da Era Viking na Dinamarca.
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