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Iniciativa Europeia Skyshield: o que é e quem pode se beneficiar dela?

© AP Photo / Czarek SokolowskiTropas do 5º Batalhão do 7º Regimento de Defesa Aérea dos EUA são vistas em um campo de teste em Sochaczew, Polônia, 21 de março de 2015
Tropas do 5º Batalhão do 7º Regimento de Defesa Aérea dos EUA são vistas em um campo de teste em Sochaczew, Polônia, 21 de março de 2015 - Sputnik Brasil, 1920, 18.04.2024
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Em agosto de 2022, não muito depois da escalada do conflito ucraniano, a Alemanha lançou um projeto pan-europeu aparentemente destinado a criar uma iniciativa de defesa antiaérea coordenada na Europa.
Cerca de 18 outros Estados aderiram a este plano alemão, que foi apelidado de Iniciativa Europeia de Escudo do Céu (ESSI, na sigla em inglês): Reino Unido, Noruega, Suécia, Dinamarca, República Checa, Eslováquia, Bulgária, Eslovênia, Bélgica, Romênia, Países Baixos, Hungria, Áustria, Suíça, Finlândia e Estados Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia).
Dois outros países, Turquia e Grécia, também devem aderir à ESSI este ano, e o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou esta semana que a Polônia também pretende aderir à iniciativa.
Embora este esquema já tenha sido comparado por alguns ao sistema Cúpula de Ferro de Israel, o ex-oficial das Forças Armadas suecas e chefe de gabinete do partido político Democratas da Suécia Mikael Valtersson argumenta que tal comparação seria imprecisa.

"A Cúpula de Ferro é um sistema de defesa antiaérea totalmente integrado que visa proteger Israel com várias camadas de ativos de defesa antiaérea. O Skyshield é mais um sistema de aquisição coordenado que visa maximizar a relação custo-benefício por meio da aquisição coordenada de diferentes sistemas de defesa aérea", explica ele.

"Ao fazer isso, a interoperabilidade e a manutenção comum também serão garantidas. Os objetivos do Skyshield não são atualmente criar um sistema de defesa antiaérea comum para os países participantes, mas tornará tal sistema mais fácil de alcançar com poucos sistemas de mísseis interoperáveis nos países-membros da ESSI", elaborou o analista.
Valtersson salienta também que vários Estados europeus proeminentes, como França, Itália e Espanha, não participam da ESSI.
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Segundo ele, criar um análogo da Cúpula de Ferro na Europa sob os auspícios da ESSI seria problemático, visto que "os países participantes estão espalhados por toda a Europa", o que "tornaria quase impossível a defesa antiaérea comum dos seus territórios".
"Outro fator que mostra que a ESSI não é um escudo antimísseis comum é o fato de a Suíça e a Áustria, [países] neutros, participarem da iniciativa. Um escudo antimísseis comum iria contra a neutralidade de ambos os países", acrescenta Valterson. "Temos também o fato de que tanto a Grécia como a Turquia têm sistemas de mísseis russos, a Grécia tem mísseis S-300 mais antigos e a Turquia os novos mísseis S-400. Especialmente os S-400 da Turquia foram considerados não operáveis com sistemas de defesa antiaérea ocidentais por razões de segurança."
Atualmente, parece que a Alemanha pode vir a ser o principal beneficiário da ESSI, sugere Valtersson.
"Um sinal claro de que o Skyshield visa principalmente reduzir os custos de aquisição alemães, através da cooperação de aquisição, é o fato de os únicos sistemas de mísseis incluídos serem sistemas que a Alemanha planeja ter no futuro, mais precisamente o IRIS-T SLM de médio alcance, o MIM-104 Patriot de longo alcance e o israelense Arrow 3 de muito longo alcance", comenta. "Em contraste, o sistema de mísseis franco-italiano SAMP-T não está incluído no Skyshield, razão pela qual a França e a Itália não são membros da ESSI."
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