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OTAN incentiva governos dóceis para garantir a sua continuidade, dizem especialistas

© AFP 2023 / Nikolay DoychinovMilitares dirigem veículos blindados enquanto participam do exercício militar conjunto da OTAN "Noble Blueprint 23" no campo militar de Novo Selo, noroeste da Bulgária, em 26 de setembro de 2023
Militares dirigem veículos blindados enquanto participam do exercício militar conjunto da OTAN Noble Blueprint 23 no campo militar de Novo Selo, noroeste da Bulgária, em 26 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2024
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A aliança militar completa 75 anos com o objetivo de conter a Rússia e avançar em direção à China com a ajuda da Europa. Mas será que a sua existência faz sentido? A Sputnik conversou com os analistas políticos argentinos Marcelo Ramírez e Alberto Hutschenreuter para tentar responder à questão.
Longe de melhorar a paz mundial e a segurança internacional com a sua expansão, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) completa 75 anos nesta sexta-feira (5).
O aniversário surge em um contexto de crescente polarização sobre as razões da sua verdadeira continuidade, a geração de conflitos, as consequências das suas decisões sobre a qualidade de vida das pessoas, a soberania das nações, a saúde das democracias, entre outros debates.
"O verdadeiro objetivo da OTAN é conter a Rússia e avançar na região da Ásia-Pacífico para enfrentar a China", disse o analista político argentino Marcelo Ramírez, especialista em Ásia e diretor da Asia TV, à Sputnik.
Quando os EUA prometeram a Mikhail Gorbachev – o último líder da União Soviética – em 1990 que a OTAN não avançaria "nem um centímetro" para o Leste, nenhum acordo foi assinado. Moscou acreditou na palavra do então secretário de Estado norte-americano, James Baker.
"No entanto, os EUA não cumpriram a sua promessa. Pelo contrário, estão se expandindo", disse Ramírez.
Questionado sobre o impacto da expansão da aliança militar na democracia e na soberania dos países que a compõem, o entrevistado indicou que as consequências "são muito importantes".
"Há uma ficção nas democracias da Europa. Elas respondem aos interesses do mundo anglo-saxônico e não aos interesses das suas respectivas nações. Não podemos esquecer que a OTAN foi usada como uma ferramenta para criar governos mais dóceis e desacreditar forças de esquerda", destacou Ramírez.
Bandeira russa no pináculo do Palácio do Grande Kremlin, Moscou, Rússia, foto publicada em 23 de fevereiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2024
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O especialista se referiu também às possíveis ligações da OTAN com grupos terroristas, e ao benefício que retira da geração de conflitos e ao receio do Ocidente com o bom relacionamento entre a Rússia e a China.
A Eurásia e o Oriente Médio se constituem atualmente como espaços decisivos no sistema mundial em plena transição multipolar e com a crescente resistência dos Estados Unidos, que lutam para manter a sua hegemonia.
A oposição a um sistema — que, segundo vários historiadores e intelectuais, levou o mundo a uma crise profunda — coloca Washington em posição de redefinir a sua estratégia internacional e, assim, utiliza a OTAN como instrumento de expansão.
"A continuidade da OTAN é uma anomalia da história recente, não tem razão de existir", disse o analista político argentino Alberto Hutschenreuter, doutor em Relações Internacionais, à Sputnik.
"O alargamento [do bloco militar] obedeceu a um guia estratégico que não foi escrito pelos europeus, mas pelos EUA. A Europa deveria ter pensado estrategicamente em termos políticos e não o fez. Continuou dentro desse guia extracontinental sob os interesses atlânticos, aumentando a dependência e subordinando os seus próprios interesses", disse o especialista.
Entretanto, o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, assegurou que a coligação militar está reforçando sistematicamente o seu potencial militar ao longo das fronteiras russas, desde o mar de Barents até o mar Negro, com o objetivo de conter Moscou.
Só no ano passado, a OTAN e os seus Estados-membros conduziram 130 coligações e mais de 1.000 exercícios e treinamentos militares nacionais.
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