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Rússia não tem como descartar conexão da Ucrânia com ataque terrorista de Crocus, diz Lavrov

© Sputnik / Aleksei MaishevO ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participa de uma cerimônia para depositar coroas de flores em placas memoriais aos diplomatas soviéticos e russos falecidos na sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em 10 de fevereiro de 2023
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participa de uma cerimônia para depositar coroas de flores em placas memoriais aos diplomatas soviéticos e russos falecidos na sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em 10 de fevereiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 28.03.2024
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A Rússia não pode descartar a possibilidade de a Ucrânia receber benefícios do ataque terrorista ao Crocus City Hall, na região metropolitana de Moscou, afirmou nesta quinta-feira (28) o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Uma das principais questões continua a ser por que os terroristas, após seu crime brutal, seguiram em direção à Ucrânia.

"A investigação ainda está trabalhando nos fatos, novas circunstâncias estão surgindo, mas simplesmente não temos o direito de excluir versões óbvias. Especialmente porque esses indivíduos fugiam para a Ucrânia quando foram detidos", disse Lavrov ao jornal Izvestia, da Rússia.

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Segundo o ministro, o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em vários outros países) é apontado como único suspeito por por países do Ocidente que buscam ativamente convencer Moscou de que a Ucrânia não tem nenhum envolvimento no assunto.

"O Ocidente está, de maneira suspeita, dedicado a nos convencer, não apenas publicamente, mas também em contatos por meio de nossas missões diplomáticas, de que a Ucrânia não é responsável, sem argumentos. Embora do ponto de vista da lógica geral, respondendo à pergunta de quem se beneficia com isso, não podemos descartar a Ucrânia," acrescentou ele.

Lavrov enfatizou a necessidade de aguardar a conclusão da investigação sobre o ataque antes de tirar conclusões, mas lembrou que nos últimos anos a Ucrânia tem aprovado leis que visavam erradicar tudo de origem russa naquele país.

"O principal é infligir uma derrota estratégica à Rússia, e isso é confirmado com bastante regularidade, o que significa que aqueles que estão dispostos a se tornarem peões para tentar alcançar esse objetivo para o Ocidente têm permissão para tudo, incluindo apoio direto à teoria e prática do nazismo. Isso é triste", disse o chanceler russo.

O ministro acrescentou que até o momento nenhum país além de Belarus se ofereceu para ajudar na investigação do ataque.

'Diálogo sobre estabilidade estratégica' com EUA

Na entrevista, Lavrov também comentou que a Rússia informou aos Estados Unidos que estaria pronta para retomar o diálogo sobre estabilidade estratégica apenas se a igualdade e a busca por um equilíbrio de interesses fossem garantidos.

"No outono de 2023, os Estados Unidos nos enviaram sinais, e como sempre foram incapazes de resistir a vazar essa informação para a mídia. Foi um documento informal que respondemos em fevereiro em que afirmam que é impossível falar sobre estabilidade estratégica em uma situação em que somos declarados um inimigo estratégico que precisa ser 'estrategicamente derrotado'", disse ele. "A Rússia estará pronta para retomar o diálogo sobre estabilidade estratégica quando o respeito mútuo, a igualdade e o movimento em direção à busca de um equilíbrio de interesses forem assegurados."

Segundo ele, "a guerra foi declarada à Rússia", e os EUA estão ajudando a Ucrânia "a apontar tipos modernos de armas de longo alcance para as nossas instalações civis e de infraestrutura".
Sobre a atuação dos EUA no conflito Israel-Hamas, Lavrov comentou que o governo norte-americano não se opôs à resolução do CSNU sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza, a fim de salvar sua reputação, mas Washington ainda estendeu a carta branca de Israel para ações em Gaza, declarando a resolução não vinculativa.

"É bom que essa resolução tenha sido adotada", disse Lavrov. "Mas, imediatamente, tendo adotado essa resolução, a representante dos EUA na ONU [Organização das Nações Unidas] declarou que essa resolução não era vinculativa. Ou seja, a 'carta branca' foi estendida por isso", explicou.

Rússia e UE

O ministro das Relações Exteriores da Rússia afirmou ainda que a recusa dos embaixadores europeus em se encontrar com ele antes das eleições presidenciais na Rússia levará à coordenação de qualquer comunicação dos representantes diplomáticos europeus em Moscou com as autoridades russas pelo Ministério das Relações Exteriores russo.
Anteriormente, Lavrov havia informado que convidou os embaixadores da União Europeia (UE) para conversas antes das eleições presidenciais na Rússia, mas eles recusaram dois dias antes do encontro.

"Informamos que a partir de agora, em qualquer nível, seja um embaixador, um adido ou todos 'que estão entre eles', se tiverem interesse em se comunicar com as autoridades russas, consideraremos cada pedido separadamente e decidiremos se concordamos ou não com tal contato", declarou o chanceler.

Presidente da França usa Ucrânia para desviar atenção de problemas domésticos

Lavrov também abordou as recentes declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o envio de tropas para a Ucrânia. Segundo o ministro, as questões domésticas parecem não estar favoráveis para o mandatário, que busca desviar a atenção dos problemas existentes na França.
"Parece-me que a atividade francesa neste 'front' é projetada apenas para distrair em uma situação em que 'em casa' ele tem assuntos sem importância e é necessário criar alguma diversão na forma de chamadas para 'pressionar a Rússia'," disse Lavrov.
O ministro lembrou que a França foi uma das partes que garantiram um acordo entre o presidente ucraniano Viktor Yanukovych e a oposição em 2014:

"Na manhã seguinte, ele [o acordo] foi pisoteado. Todos os prédios administrativos foram tomados e, ao contrário da criação de um governo de unidade nacional para preparar eleições antecipadas, foi anunciado um 'governo dos vencedores'. Foi quando uma 'cunha' foi impulsionada na sociedade ucraniana", disse Lavrov. "Se vamos falar sobre capacidade contratual ou sobre quem tem qual autoridade, provavelmente não são os franceses ou outros membros da União Europeia, que estavam envolvidos nesses 'casos' e então simplesmente provaram sua inutilidade", concluiu o ministro.

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