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Nuland 'promoveu uma política externa neoconservadora dos EUA e semeou instabilidade', diz analista

© AFP 2023 / Ishara S. KodikaraA subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, discursa em entrevista coletiva em Colombo, 1º de fevereiro de 2023
A subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, discursa em entrevista coletiva em Colombo, 1º de fevereiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 07.03.2024
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É pouco provável que a demissão de Victoria Nuland sinalize uma grande mudança ideológica no governo dos EUA. No entanto, a administração Biden terá de continuar a sua política destrutiva em relação à Rússia sem a sua defensora mais empenhada e doutrinária, escreveu Helen Andrews, editora sênior do The American Conservative.
Na terça-feira (5), a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, Victoria Nuland, informou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, da sua intenção de renunciar nos próximos dias.
"O mandato de Victoria culmina três décadas e meia de notável serviço público sob seis presidentes e dez secretários de Estado", disse o alto funcionário em comunicado.
A este respeito, a comentarista política e editora sênior da revista bimestral norte-americana The American Conservative, Helen Andrews, afirmou que, durante mais de 30 anos, Nuland empurrou a política externa do país norte-americano em uma direção "neoconservadora" que "semeou instabilidade em todo o mundo".
Andrews questionou em particular o papel de Nuland durante seu trabalho na Embaixada dos EUA em Moscou e mais tarde como chefe de gabinete de Strobe Talbott — "o homem de referência da administração Clinton na política russa" — durante a década de 1990.
Por exemplo, quando o então presidente russo Boris Yeltsin entrou em guerra na Chechênia em 1994 para evitar a desintegração da Federação da Rússia, recordou a comentarista, Nuland defendeu que os Estados Unidos fizessem mais para punir Moscou.
Victoria Nuland, subsecretária de Estado dos EUA, no Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em 12 de outubro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 05.03.2024
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"Na Chechênia, muitas pessoas argumentavam internamente, inclusive eu, que deveria haver uma maneira de fazer as coisas doerem e que havia uma necessidade de fazer as coisas doerem", foram as palavras que Nuland disse a um entrevistador anos depois, lembrou Andrews. "Felizmente, os apelos dela [de Nuland] para punir a Rússia pela Chechênia foram ignorados", enfatizou.
No entanto, a jornalista observou que a alta funcionária teve mais sucesso posteriormente, durante os anos de George W. Bush, quando trabalhou para o vice-presidente Dick Cheney. Embora o florescimento de sua carreira, segundo Andrews, tenha ocorrido durante o governo Obama, sob o comando da secretária de Estado Hillary Clinton.
"[...] mas ela se recusou a servir na administração de Donald Trump [...]. Em vez disso, ela dedicou seu tempo a promover a farsa do Russiagate. Ela se encontrou com Glenn Simpson da Fusion GPS no outono [Hemisfério Norte] de 2016 e desempenhou um papel — que mais tarde ela minimizou — na promoção do dossiê Steele", disse a analista política.
Por tudo isso, Helen Andrews concluiu que seria digno de celebração se a saída de Nuland representasse uma mudança de rumo. No entanto, considerou que esse provavelmente "não é o caso, mas pelo menos o partido da guerra terá de continuar com a sua política destrutiva em relação à Rússia sem sua defensora mais empenhada e doutrinada".
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