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Firme recusa da França para acordo UE-Mercosul gera racha com Alemanha e abre polêmica no bloco

© AFP 2023 / John ThysO presidente francês Emmanuel Macron (E) fala com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes da cimeira do Conselho Europeu, na sede da UE em Bruxelas, em 30 de junho de 2023
O presidente francês Emmanuel Macron (E) fala com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes da cimeira do Conselho Europeu, na sede da UE em Bruxelas, em 30 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 31.01.2024
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Segundo diretora da Associação da Indústria Automotiva alemã, a UE sempre "faz acordos excessivamente complexos [...] e não consegue alcançar nada em nenhuma das áreas econômicas". Berlim propôs uma alternativa para assinatura do pacto, a qual também foi rejeitada por Paris.
Desde o começo desta semana, Emmanuel Macron tem verbalizado que a ratificação do acordo entre União Europeia e Mercosul não tem chances de ser finalizada uma vez que "é impossível de fechá-lo".
Não só o mandatário disse isso à Comissão Europeia como também membros do seu governo. Nesta quarta-feira (31), o ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou que o acordo comercial com o Mercosul não deve ser assinado, segundo a Folha de São Paulo.
No entanto, há quem esteja irritado com esse posicionamento. De acordo com a coluna de Jamil Chade no UOL, para a Alemanha, rejeitar o acordo não faz sentido, principalmente diante do interesse exportador do setor de carros.
"O governo alemão continua firmemente comprometido com a conclusão das negociações com os países do Mercosul, o mais rápido possível", disse um porta-voz do Ministério da Economia alemão, em resposta ao veto francês.
Berlim destacou que, há poucas semanas, o chanceler alemão Olaf Scholz telefonou para o presidente argentino Javier Milei. Ambos "concordaram que as negociações devem ser finalizadas rapidamente".
A Comissão Europeia também rejeitou na terça-feira (30) a opinião francesa de que Bruxelas tinha posto fim às negociações com o Mercosul, dizendo que ainda pretendia concluir o acordo de livre comércio com o bloco sul-americano, o qual está sendo negociado há 25 anos.
O Brasil também reagiu à declinação de Paris. A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, disse ontem (30) que as tratativas ocorrem no âmbito dos blocos, e não entre países: "O Mercosul negocia com a Comissão [Europeia], não com Estados-membros", afirmou.
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O colunista ainda chama atenção para o fato de que, se durante o governo de Jair Bolsonaro, a França alegava questões ambientais para refutar o acordo, agora se agarra a questões sociais para impedir a entrada de produtos brasileiros no seu mercado.
Os alemães propuseram uma divisão do acordo UE-Mercosul em dois. Com isso, o trecho que lida com a aplicação de tarifas poderia entrar em vigor, enquanto o restante continuaria sendo negociado, principalmente no que se refere aos temas ambientais.

"As negociações para um acordo com o Mercosul estão se arrastando há mais de 20 anos [...] Fazemos acordos excessivamente complexos e acabamos nos prejudicando porque não conseguimos alcançar nada em nenhuma das áreas econômicas […] Todo acordo que não é concluído fortalece os outros e nos enfraquece. Às vezes, é possível ver que as pessoas ficam presas em uma única questão. Nas [negociações com] o México é a política energética, no Mercosul é a política agrícola, e todos os outros setores sofrem com isso [...] portanto, também devemos considerar se esses acordos comerciais devem ser divididos em partes para que possam ter efeito", disse Hildegard Muller, diretora da Associação da Indústria Automotiva alemã (VDA, na sigla em inglês).

Segundo ela, a UE não consegue avançar em nenhum acordo e projetos com a Austrália e México também enfrentam barreiras, relata a mídia.
Não é a primeira vez que Macron diz ser contra, mas este é o momento de maior pressão de agricultores franceses contra o governo, o que levou o presidente a sinalizar de forma mais incisiva sua rejeição.
Na visão de analistas e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os argumentos franceses escondem um protecionismo, que não quer abrir seu mercado para o Mercosul.
Segundo Jamil Chade, Paris já avisou que não aceitaria o caminho da divisão do acordo proposto pelos exportadores em Berlim.
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