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'Estamos chocados', diz representante chinês sobre veto dos EUA a resolução do Brasil na ONU

© AFP 2023 / Mahmud HamsOndas de fumaça aumentam quando bomba aérea é lançada sobre a Torre Jala durante ataque aéreo israelense na cidade de Gaza, controlada pelo movimento palestino Hamas
Ondas de fumaça aumentam quando bomba aérea é lançada sobre a Torre Jala durante ataque aéreo israelense na cidade de Gaza, controlada pelo movimento palestino Hamas - Sputnik Brasil, 1920, 18.10.2023
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Após os Estados Unidos vetarem, no Conselho de Segurança da ONU, a resolução brasileira que poderia criar um corredor humanitário na Faixa de Gaza, reações críticas começaram a aparecer. É o caso da China, que também tem poder de veto no grupo. Para o representante permanente do país na entidade, Zhang Jun, a decisão é "chocante".

"Devemos dizer que estamos chocados. É difícil de acreditar. A resolução russa [também rejeitada nesta quarta-feira] foi dedicada à proteção dos civis, e muitos países a apoiaram. E depois também votaram contra essa resolução, explicando que era necessário dar tempo para considerar a resolução apresentada pelo Brasil. Os colegas concordaram com o pedido e adiaram a reunião", disse Zhang Jun.

Ao todo, 12 países foram favoráveis ao texto brasileiro, que tentava viabilizar o cessar-fogo para a criação de um corredor humanitário na zona de guerra, principalmente a Faixa de Gaza, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. Além do Brasil e da China, apresentaram parecer positivo Albânia, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça, Emirados Árabes Unidos e até a França, aliada histórica de Israel.
Já a Rússia e o Reino Unido se abstiveram, e os Estados Unidos votaram contra pelo fato de o texto não mencionar o direito de autodefesa de Israel. O país ainda deverá justificar a decisão em até dez dias e pode ser questionado inclusive pela Palestina, que é membro observador na Organização das Nações Unidas (ONU).
"Nas últimas 40 horas, nenhuma objeção foi expressa ao projeto brasileiro, e esperávamos que hoje votassem a favor desta resolução. Os resultados da votação são difíceis de acreditar", acrescentou o representante chinês.
Protesto em apoio ao povo palestino no Líbano próximo à embaixada dos Estados Unidos. Beirute, 18 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.10.2023
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'Fizemos todo o esforço possível'

Após a votação, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse que ficou desapontado com a posição americana sobre o texto, que também previa a retirada de civis da zona de conflito. Conforme o chanceler, foi realizado 'todo o esforço possível' para a aprovação do projeto.

"Esse texto focava basicamente na cessão das hostilidades, no aspecto humanitário, criando uma passagem humanitária e que também estabelecia a possibilidade de envio de ajuda humanitária. Infelizmente não foi possível aprovar essa resolução. Ficou clara a divisão de opiniões", disse a jornalistas após a reunião.

Além disso, Vieira lembrou que foram realizadas diversas consultas aos países entre a última sexta-feira (13) e o domingo (15) para construir a resolução.
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