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Cientistas recriam gelos interestelares 'açucarados' na Terra

© Foto / NASA, ESA, J. Dalcanton (Universidade de Washington), R. Foley (Universidade da Califórnia - Santa Cruz); Processamento da imagem: G. Kober (NASA Goddard/Universidade Católica da América)O Telescópio Espacial Hubble registrou o brilho azul de estrelas jovens se envolvendo nos braços espirais empoeirados em torno do centro brilhante da galáxia espiral NGC 1961
O Telescópio Espacial Hubble registrou o brilho azul de estrelas jovens se envolvendo nos braços espirais empoeirados em torno do centro brilhante da galáxia espiral NGC 1961 - Sputnik Brasil, 1920, 20.09.2023
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Cientistas da Universidade Estatal de Samara, na Rússia, como parte de uma equipe internacional, descobriram por que e como, já na fase de formação das estrelas, é formado um grande número de moléculas de açúcar, que são a principal fonte de energia dos organismos vivos.
Os cientistas conseguiram reproduzir o gelo cósmico interestelar em um laboratório científico. Os dados obtidos sugerem uma alta probabilidade de origem cósmica de moléculas orgânicas complexas, que são os blocos iniciais de construção de organismos vivos na Terra, de acordo com os resultados divulgados na revista The Journal of Physical Chemistry Letters.
As moléculas da classe dos açúcares são parte integrante de toda a vida na Terra: elas participam da síntese de ácido ribonucleico (RNA) e ácido desoxirribonucleico (DNA), formando a espinha dorsal do genoma, e também são uma fonte vital de energia nos organismos vivos. Elas são uma cadeia de átomos de carbono à qual estão ligados grupos de álcool e átomos de hidrogênio, e esse esqueleto termina com um grupo aldeído – um átomo de hidrogênio e oxigênio unido por uma ligação dupla ao último átomo de carbono da cadeia, segundo os cientistas.
A origem dessas moléculas bastante complexas e, além disso, a aquisição de sua importância para as criaturas terrestres é uma questão científica complexa, para cuja resposta muitas hipóteses foram formadas. Os cientistas detectam as moléculas mais simples de açúcares (com apenas três átomos de carbono) na superfície de alguns meteoritos que caem na Terra, bem como registram sua presença ao observar o gelo interestelar.
O Telescópio Espacial Hubble registrou o Arp 298, um par de galáxias interagindo. O Arp 298, que engloba duas galáxias, NGC 7469 e IC 5283, fica a aproximadamente 200 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Pégaso - Sputnik Brasil, 1920, 19.09.2023
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Colisão entre 2 galáxias é revelada a 465 milhões de anos-luz da Terra (FOTO)
Como a temperatura nas partes mais densas das nuvens moleculares no espaço interestelar é da ordem de 5-10 °K (-268 °C a -263 °C), a matéria nelas se concentra principalmente na forma de partículas sólidas cobertas por mantos de gelo – os chamados gelos espaciais. Moléculas orgânicas complexas, incluindo moléculas prebióticas, são formadas nelas sob a influência da forte radiação galáctica.
Entre essas substâncias "cósmicas" estão, em sua maioria, moléculas bastante simples, como o metanol (CH3OH) ou o etanal (CH3CHO). Essas são combinações das moléculas mais frequentes em nossa galáxia.
É a partir do metanol e do etanal que o açúcar mais simples na forma "correta", o semiacetal (R/S)-1-metoxietanol, pode ser sintetizado. Cientistas russos da Universidade Nacional de Pesquisa de Samara, juntamente com colegas americanos, provaram que esse processo realmente ocorre, mesmo em temperaturas cósmicas extremamente baixas.
O processo de formação de açúcares foi modelado teoricamente e reproduzido experimentalmente.
"Para o experimento, usamos uma instalação na qual foi mantido um vácuo ultra-alto e o gelo foi recriado a uma temperatura de alguns Kelvin, bombardeado por partículas de alta energia. Em seguida, observamos quais transformações químicas ocorrem durante esse processo", disse o estudante da Universidade de Samara Anatoly Nikolaev.
Esses semiacetais podem atuar como precursores de açúcares interestelares e moléculas relacionadas quando expostos à radiação ionizante, de acordo com Nikolaev.
"Análise detalhada de meteoritos mostrou que moléculas biologicamente importantes, como a ribose, foram capazes de sobreviver às condições adversas do espaço. Consequentemente, algumas dessas moléculas complexas poderiam ter chegado à Terra primitiva e servido como uma fonte exógena de biomoléculas, fornecendo um provável caminho adicional para a formação de moléculas biologicamente importantes no estágio inicial de vida do nosso planeta", acrescentou ele.
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