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Cientistas desvendam 'receita' de 'cheiro da eternidade' usado em múmias egípcias

CC BY 2.0 / Flickr / Erin McCormack / Múmia egípcia (imagem referencial)
Múmia egípcia (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 02.09.2023
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Segundo uma pesquisa, que estudou uma múmia da nobreza egípcia milenar, foram usados vários ingredientes em seus rituais post-mortem, e muitos deles até vieram de lugares distantes.
Cientistas descobriram os componentes químicos de um perfume usado em antigos rituais de morte egípcios, chamados de "cheiro da eternidade", contaram pesquisadores em um comunicado divulgado na quinta-feira (31).
Os elaborados rituais e métodos de mumificação do Egito Antigo preservavam os corpos por milhares de anos em uma tentativa de garantir que sua viagem à vida após a morte fosse bem-sucedida. O processo incluía a remoção dos órgãos internos do falecido e a preservação de seu corpo, e também a decoração e a inscrição de seus caixões com bênçãos, instruções e outros textos.
"O 'cheiro da eternidade' representa mais do que apenas o aroma do processo de mumificação", explica Barbara Huber, arqueóloga do Instituto Max Planck de Geoantropologia, da Alemanha, e coautora principal do estudo publicado na revista Scientific Reports.
"Ele incorpora o rico significado cultural, histórico e espiritual das práticas mortuárias do Egito Antigo", detalhou ela.
Os pesquisadores encontraram, entre outros itens, alguns frascos canópicos lacrados que ainda continham os perfumes dentro deles, uma parte relativamente desconhecida do processo de embalsamento até hoje.
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Os recipientes foram usados para preservar uma mulher nobre chamada Senetnay por volta do ano 1.450 a.C., durante a 18ª Dinastia do Egito, uma época em que o Império Egípcio estava no auge de seu poder e se estendia do atual Sudão até a atual Turquia.
"Analisamos os resíduos de bálsamo encontrados em dois frascos canópicos do equipamento de mumificação de Senetnay que foram escavados há mais de um século por Howard Carter na Tumba KV42, no Vale dos Reis", disse Huber.
Para isso, os cientistas usaram Cromatografia Gasosa-Espectrometria de Massa, Cromatografia Gasosa de Alta Temperatura-Espectrometria de Massa e Cromatografia Líquida-Espectrometria de Massa Conjunta para isolar as substâncias individuais que compunham os bálsamos.
Os pesquisadores descobriram que os frascos contêm uma mistura de cera de abelha, óleo vegetal, gorduras, betume, resinas de Pinaceae, uma substância balsâmica e dammar, ou resina de árvore de Pistacia. Os ingredientes chegam a originar em lugares tão distantes como o Sudeste Asiático.
"Esses ingredientes complexos e diversos, exclusivos desse período inicial, oferecem uma nova compreensão das práticas sofisticadas de mumificação e das rotas comerciais de longo alcance do Egito", de acordo com Christian E. Loeben, egiptólogo e curador do Museu August Kestner em Hanover, Alemanha, onde os frascos foram mantidos.
O perfume antigo poderá ser experimentado por visitantes do Museu Moesgaard em Hojbjerg, na Dinamarca, em uma exposição futura, cuja data ainda não foi anunciada.
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